terça-feira, 12 de março de 2019
Bombshell: A história de Hedy Lamarr"
"Bombshell: The Hedy Lamarr story", de Alexandra Dean (2018)
Premiado documentário que conta a impressionante história de Hedy Lamarr, considerada a Atriz mais bonita de todos os tempos. Essa alcunha acabou sendo uma maldição para ela. Mais do que isso, por conta da beleza que sempre era mencionada, Hedy era também uma Cientista, um fato que poucas pessoas sabem. Ela criou, junto de seu amigo compositor George Antheil, uma invenção que serviu de base para o wi fi, bluetooth, celular, gps, tecnologia militar. Sem nunca terem ganho um centavo pela patente, que hoje como valor de mercado seria algo em torno de 30 bilhões de dólares, Hedy morreu solitária, na pobreza, no dia 19 de fevereiro de 2000. Hedy é amada pela Comunidade do Google, que a considera uma grande personalidade pelos seus grandes feitos em prol do avanço da tecnologia.
Esse documentário é a transcrição de 4 fitas K7 encontradas em 2016 na lata de lixo de uma editora do jornalista Fleming Meeks. Ele entrevistou a atriz em 1995, pela Revista Forbes.
Nascida em Viena no dia 9 de novembro de 1914, Hedy era de família judia. Seu sonho sempre foi o de ser atriz. Ela fez alguns filmes alemães, aos 16 anos, até que em 1933, ela estrelou o drama “Êxtase”, de Gustav Machatý, um verdadeiro escândalo na época, por apresentar a nudez total de Hedy e também por conter uma cena que sugeria masturbação e orgasmo dela. Anos mais tarde, Hedy disse que foi obrigada pelo diretor a fazer essa cena. O filme foi proibido pelo Papa, por Hitler.
Aos 19 anos casou com magnata de armas mais velho 14 anos. Ele, fritz Midl, estava aliado aos nazistas. Ciumento, ele proibia que Hedy visitasse a fábrica, temedo que os funcionários não trabalhassem.
Ele mandava os criados escutarem os telefonemas dela, mandou queimar todos os cartazes de “Êxtase”. Com o crescimento do nazismo e ódio contra o povo judeu, o pai de Hedy morreu de infarte. Não aguentando mais a situação, ela deu sonífero pra empregada, vestiu seu uniforme, costurou jóias no forro da roupa e fugiu de bicicleta.
Pegou trem e fugiu para Londres.
Hedy sabia que o produtor de Cinema Louis B Meyer estava no navio em direção aos Estados Unidos. Ela foi até o navio para se encontrar com ele, e Louis acabou sendo convencido de leva-la aos Estados Unidos.
Hedy acabou fazendo bastante sucesso em Hollywood, a ponto de não conseguir ter descanso. Trabalhava tomando remédios para dormir e acordar. Mas nunca deixava d éter tempo para as suas invenções.
Filmou com Clark Gable, Judy Garland, James Stewart.
Foi inspiração de Walt Disney para Branca de neve em 1937, e inspirou também a Mulher gato.
Namorou entre outros, Howard Hawks, grande magnata.
Com o avanço da 2a guerra, e com a pressão dos estúdios, que proibiam o elenco de falar de religião, ela não dizia que era judia.
Com a 2a Guerra, Hedy pensava em largar a MGM e oferecer seus serviços para Washington. Ela foi usada pelo governo pra entreter as tropas. Vendia bônus, beijos.
Mgm lançou o filme “Demônio do Congo” para explorar a sensualidade de Hedy e o filme ser usado para entreter as tropas. O filme foi considerado obsceno e até hoje virou motivo de chacota, por conta do exagero da maquiagem de Hedy e de sua dança exótica.
Ela queria papeis que a desafiassem como atriz, assim como Dietrich e Garbo, confrontando Louis B. Meyer.
Hedy rescindiu seu contrato e passou a produzir seus próprios filmes, algo raro na época para um ator, ainda mais, mulher. Em 1947 ela lançou “Mulher caluniada”, mas os filmes que ela produziu não foram bem. Ela se casou, teve filhos, mas o casamento desandou, mais uma vez.
Em 1949 ela sabia que Cecil B de Miile estava escalando elenco, ela disse que ela queria ser Dalila, em ‘Sansão e Dalila”, com Victor Mature. O filme foi um grande sucesso e o nome dela surgiu de novo para o público. Com o sucesso ela decidiu produzir seu próprio filme épico, na Itália, chamado de “Os amores de 3 rainhas”. Foi um grande fracasso, não encontrou distribuidor pro filme. Hedy perdeu todo o dinheiro que tinha.
Ela se casou com magnata do petróleo do Texas. Adotou uma criança. Tanto o casamento quando o menino adotivo não dera certo.
De 1950 a 1974 ela consultava o Dr Feel Good (Max Jacobson), que aplicava vacinas. Segundo ele de vitamina B, mas era na verdade metanfetamina, que muitos astros tomavam na época.
Ela se tornou agressiva, fora de controle. Nos anos 60, Heyd, decadente, virou caricatura de si mesa. A mídia, filmes, parodiavam a sua figura. Ela foi presa roubando em lojas. Foi solta. Depois, começou a fazer cirurgias plásticas aos 40 anos, ficava incomodada com a velhice. Foi pioneira na cirurgia plástica, sugeria plásticas que nem existiam ainda. As plásticas foram mal sucedidas, seu rosto ficou deformado, se afastou do público. Ela recebia 300 dólares por mês do sindicato dos atores e previdência social. Estava totalmente falida.
Em 1997, recebeu do Governo dos Estados Unidos menção honrosa "por abrir novos caminhos nas fronteiras da eletrônica".
Dirigido por uma mulher, Alexandra Dean, o filme apresenta Hedy como uma pioneira em em várias frentes. É um filme muito triste, principalmente quando apresenta Hedy nos anos 60 até o final da vida. O filme mostra como a maldição da beleza de Hedy consolidou sua carreira, mas destruiu várias outras possibilidades de reconhecimento artístico e intelectual.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário