sábado, 23 de março de 2019
Heróis modestos
"Chiisana eiyû: Kani to tamago to tômei ningen", de Hiromasa Yonebayashi, Yoshiyuki Momose e Akihiko Yamashita (2018)
Para os fãs das animações do Studio Ghibli, uma boa notícia: O Studio Ponoc, criado por um dos produtores do Studio Ghibli, está conseguindo a proeza de realizar filmes com a mesma qualidade técnica.
Inaugurado com o longa de 2018 "Mary e a flor da feiticeira", o Stuido Ponoc lançou como seu 2o trabalho, um longa composto de 3 curtas, chamado 'heróis modesto". São filmes com estilo diferenciado, mas que tem em comum o ato heróico de pessoas comuns e o tema da Morte sempre presente, apresentado através de bebês que nascem e a possibilidade de morrer muito em breve.
1) Kanino e Kanini, de Hiromasa Yonebayashi. Dirigido pelo realizador de "Mary e a flor da Feiticeira", "Kanino e Kanini" se passa em um mundo aquático, uma espécie de homenagem ao filme "Procurando Nemo", só que agora com personagens em forma de humanos. Um pai e seus 2 filhos pequenos, um menino e uma menina, aguardam o retorno da mãe das crianças, que está grávida e foi embora para parir. Enquanto aguardam, os pescam pequenos peixes. O pai salva um dos filhos que está em apuros, mas é atacado por um peixe enorme e desaparece. Kanino e Kanini decidem ir atrás do paradeiro do pai e salvá-lo.
A história é bem bizarra, mas a animação do peixe grande é bem assustador.
2) A vida não vai perder, de Yoshiyuki Momose. Shun é um menino que nasceu com alergia a ovo, e caso ele coma algo que o contenha, ele pode morrer. Sua mãe faz de tudo para evitar alimentos industrializados, mas percebe que tudo contém ovo. Ao mesmo tempo, ela entende que essa restrição alimentar aprisiona o seu filho de uma liberdade que as outras crianças tem.
Esse filme possui traços bem bonitos, alternando os tradicionais com pinturas de aquarela em momentos de perigo. É um filme bastante dramático , que ainda mostra uma sociedade machista, com o pai ausente, mesmo com tantas adversidades na vida do filho.
3) Invisível, de Akihiko Yamashita. Esse foi o que mais gostei dos 3. Em narrativa de realismo fantástico, somos apresentados a um homem invisível, uma excelente metáfora às pessoas solitárias e anônimas que passam totalmente despercebidas pelas outras pessoas. No trabalho, na rua, no comércio, todo mundo ignora esse homem invisível. Até que ele salva um bebê de um acidente, e se alegra quando esse bebê consegue vê-lo.
Lúdico, poético e com traços maravilhosos, principalmente na cena da perseguição, esse filme merecia inclusive ter sido indicado ao Oscar de animação. É uma pequena obra-prima.
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