quarta-feira, 13 de março de 2019

Cassandra Rios - A Safo De Perdizes

"Cassandra Rios - A Safo De Perdizes", de Hanna Korich (2012) Começou a escrever aos 16 anos, escondida dos pais. Cassandra escreveu mais de quarenta romances que lidam com o tema da homossexualidade feminina. Tornou-se em 1970 a primeira escritora brasileira a atingir a marca de 1 milhão de exemplares vendidos, sendo que 36 dessas obras foram censuradas durante a Ditadura militar. Ela se tornou maldita, sua obra foi considerada pornográfica. Mais tarde, vários de seus livros foram adaptados para o cinema, fazendo muito sucesso de bilheteria. Cassandra foi presa no Governo Vargas considerada pornográfica, e depois, presa durante a ditadura por ser homossexual. Cassandra se vestia de homem, se relacionava com mulheres. Nos depoimentos, as pessoas dizem que Cassandra foi maltratada pelos intelectuais de direita e de esquerda, que consideravam sua linguagem de baixo nível. Em 1986, se candidatou a deputada em São Paulo, mas não se elegeu. Cassandra Rios faleceu em São Paulo, aos 69 anos de idade, em 8 de março de 2002, na pobreza. Ela perdeu seus bens. O documentário mostra a entrevista de Cassandra no Programa do Jô em 1990. Vários depoimentos de amigos, familiares falando da importância dessa mulher à frente de seu tempo: feminista, subversiva. Tem também depoimentos de lésbicas dizendo o quanto foi importante a obra de Cassandra, porquê fizeram elas entenderem que haviam mulheres iguais à ela. Homossexualidade não era mais uma doença, como as pessoas queriam fazer essas mulheres entenderem, e sim, algo normal. Uma editora defende as histórias de Cassandra que apresentam histórias trágicas com lésbicas. Diz que ela foi corajosa, pioneira, porque via, falava, reconhecia e apresentava a mulher como ser sexual, foi a primeira da nossa literatura, dava à mulher o direito de ter desejo. Ela falou também de transexuais, transgêneros. Sua obra foi lida por heteros e homossexuais. O depoimento da editora Laura Bacellar é contundente, falando da importância de Cassandra para a cultura popular. Falando que o que importa é a obra ser lida e vista, que a crítica com o tempo desaparece, a obra fica.

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