domingo, 10 de março de 2019
A paixão de Joanna D'arc
"La passion de Jeanne d'Arc ", de Carl Theodor Dreyer (1928)
Presença obrigatória em qualquer Lista dos melhores filmes de todos os tempos, “A paixão de Joanna D’arc” é daqueles filmes que deve ser revisto de tempos em tempos por qualquer Cinéfilo ou estudioso de Cinema.
O filme é baseado nos documentos que relatam o julgamento de Joanna D’arc pelos juízes ingleses, no dia 30 de maio de 1431. O filme acompanha as últimas horas de vida da jovem de 19 anos, que se tornou soldado lutando contra o Império inglês, na chamada Guerra dos 100 anos, que dizimava a França.
Ao ser presa, Joanna foi abandonada pela Igreja e pelos amigos. Diante dos juízes, eles a obrigavam a confessar que ela havia sido manipulada pelo Demônio. Mas Joanna insistia que ouvia a voz de Deus, lhe determinando os seus passos. O filme acompanha o julgamento, a sala de tortura, a confissão e a execução de Joanna por morte na figueira.
O filme é da fase francesa do cineasta dinamarquês Carl Dryer, e o que impressionou toda a crítica e estudiosos, foi a forma com Dryer resolveu filmar o filme: através de closes nos rostos de todo o elenco, sem maquiagem, trazendo assim as emoções internas, principalmente as de Joanna D’arc, extraordinariamente interpretada pela atriz francesa Maria Falconetti. Ela transmite de forma sutil toda a angústia interna da personagem. A sua performance lhe valeu o título de uma das mais brilhantes performances d história do cinema, pela crítica americana Pauline Kael.
Dizem que Carl Dreyer era preciosista e tinha um estilo tirano de dirigir a equipe e elenco, e que ele maltratou Falconetti. O elenco inclui a presença d famoso dramaturgo e ator Antonin Artaud, como um de seus algozes.
O filme tem um estilo expressionista, e por isso mesmo, a rebelião final, da população contra os soldados, após a morte de Joanna, lembra bastante a sequência de “O encouraçado Potenkin”. A versão que eu vi foi a restaurada da cópia encontrada na Noruega em 1981. O filme havia sido dado como perdido, e inclusive, proibido por muito tempo na Inglaterra.
No filme “Viver a vida”, de Godard, ele homenageia o filme, comparando a via crucis da personagem de Ana Karina com o drama de Joanna D’arc.
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