sábado, 16 de março de 2019

O que resta

"O que resta", de Fernanda Teixeira (2018) Em 2005, o Cineasta francês François Ozon lançou um de seus mais contundentes filmes: "O tempo que resta". O filme conta a história de Romain, um fotógrafo de moda dedicado full time aos excessos e ao trabalho, e que, jovem, descobre estar com um câncer terminal, podendo morrer a qualquer momento. Fernanda Teixeira, Diretora de arte e Montadora, e já tendo dirigido alguns curtas, estréia aqui em longa-metragem com "O que resta", um título que se assemelha com o filme de Ozon. O tema é semelhante: jovens querendo aproveitar em um curto espaço de tempo, todas as delícias da vida, envolvendo sexo, drogas, música eletrônica e festas e orgias hedonistas sem distinção de gênero: homens, mulheres, gays, lésbicas, trans. Para essa galera linda, o mundo parece que vai acabar: tudo é urgente: a vontade de amar, de ser amado, de querer pertencer a algum mundo. Nesse vai e vem de emoções reprimidas, acompanhamos a história central de Barbara (Renata Guida) e Luiz ( Guilherme Dellorto), um casal que resolve passar o final de semana na casa da serra do amigo Yuri (Higor Campagnaro). Frustrados com a vida vazia e descontentes com a profissão que os engole em um vazio existencial, o casal se entrega por inteiro aos convidados da festa que cisma de não querer acabar. Belamente fotografado por Vinicius Brum, e com cenas de sexo bem coreografadas, o filme parece evocar o existencialismo de Antonioni, com personagens sem rumo e fadados a um futuro de incomunicabilidade.

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