quinta-feira, 7 de março de 2019
Made in Italy
"Made in Italy", de Luciano Ligabue (2017)
A crítica sentou o cacete nesse drama italiano. Mesmo assim, ele ganhou os prêmios de roteiro e fotografia do Sindicato dos jornalistas italianos.
Tem um problema sério moral de roteiro, sim. O casal protagonista, Riko e Sara, são de classe média baixa. Ele trabalha em um frigorífico que produz mortadela para exportação Made in Italy. Ela é cabeleireira. Riko vive traindo sua esposa, é mulherengo. Sara o trai uma vez, e aí, Riko se irrita quando descobre. Ë a sociedade machista italiana, que sempre apresentou filmes onde o homem é quem dá a cartada final e a mulher subjulgada a ele. Mas no roteiro, o Amor ( ah, sempre o amor) é que redefine tudo. O Amor dos amigos, da família, e aí todos ficam felizes para sempre.
Os créditos inicias copiam o de “Faça a coisa certa”, de Spike Lee. Mostra o personagem de Stefano Accorsi, Riko, dançando raivosamente. Assim é seu personagem: um homem que interioriza seus sentimentos, sua raiva de tudo, do mundo, do emprego, da falta de dinheiro e de perspectiva.
Um dos pontos positivos do filme é o Elenco. Além de Accorsi, um dos grandes atores jovens italianos, tem também Kasia Smutniak no papel de Sara e Fausto Maria Sciarappa no papel de Carnevale, melhor amigo de Riko, viciado em jogos.
A fotografia também merece destaque, e as lindas locações da cidade de Reggio Emilia e Roma.
Temas como desemprego, depressão, suicídio e chegada dos cinquenta anos são apontados no filme, que tem uma aparência de drama romântico mas na verdade é bem melancólico.
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