quarta-feira, 27 de março de 2019

Blue

"Blue", de Apichatpong Weerasethakul (2018) Exibido em diversos Festivais, entre eles, de Toronto e de Clermont Ferrand, "Blue" e um curta dirigido pelo Cineasta tailandês mais festejado pelos Cinéfilos do mundo, Apichatpong Weerasethakul. Realizador de cults como "Tio Boonmee", "Cemitério do esplendor" e "Mal dos trópicos, agora ele chega com esse curta que traz todo o seu universo metafísico e espiritual novamente à tona. Assistir a um filme de Apichatpong é uma grande experiência sensorial e de exercício de metáfora e simbolismos. É difícil explicar o que é "Blue", pois a sua reflexão vai de acordo com a percepção de cada espectador. É o tipo do filme em que, no final da projeção, fica todo mundo se olhando com aquela cara de "Não entendi". O filme fala sobre sonho, um tema muito particular aos surrealistas ( Bunuel, Jean Cocteau). Uma mulher deitada na cama, coberta por uma colcha azul. Ela está insone e não consegue dormir. Entre o ato de abrir e fechar os olhos, ela observa um painel teatral que sobe e desce, com paisagens pintadas representando sol, castelo e natureza. Ouvimos sons de vegetação. De repente, uma faísca surge por sobre a mulher, e essa faísca dá início a uma grande figueira. Mas o fogo é sobreposto sobre a imagem da mulher, Muitas interpretações podem ser feitas sobre esse "Sonho'e desejo". A fotografia é linda, a edição de som reforçando o tema noturno da natureza. Se o filme é bom ou não, não cabe a mim dizer. Conheço a filmografia de Apichatpong e entendo seus temas recorrentes. Vale assistir e refletir sobre fantasmas do passado, sobre lamúrias, sobre melancolia e depressão.

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