sábado, 26 de junho de 2021

Que é você, Charlie Brown?


"Who are you, Charlie Brown?", de Michael Bonfiglio (2021)
Documentário obrigatório para fãs de Charlie Brown e sua turma, e também, para quem quiser conhecer o sue autor, Charles M. Schulz. Nascido em Minneapolis, 1922, e falecido em 12 de fevereiro de 2020, Schulz criou a primeira tirinha do que viria a ser Charlie Brown e Snoopy em 1950, para um jornal. Com o tempo, os traços dos personagens Charlie Brown, Lucy, Linus, Patty Peppermint, Snoopy, Woodstock e outros foram ganhando forma e conhecidos como são hoje. Schulz dizia que ele era Charlie Brown: quando criança, se sentia rejeitado e ao sentar na cadeira de barbeiro da barbearia de seu pai, tinha que sair toda hora para dar lugar a um cliente. Essa insegurança é a marca registrada de Charlie Brown. Os personagens na verdade, eram um pouco de Schulz, e cada um trazia uma característica sua. O que fez os personagens se tornarem tão amados e eternos é a sua visão sobre o mundo dos adultos, refletindo o existencialismo e angústias por estarem vivos.
Franklyn foi um personagem negro que surgiu em 1968, sob a sugestão de uma amiga de Schulz, Herriet Glickmann. Martin Luther King havia acabado de ser assassinado, e Herriet dizia que SChulz tinha que fazer algo a respeito. Schulz dizia que ele não poderia desenhar e criar um personagem de um menino negro, pois não estava na pele dele, não saberia retratá-lo com propriedade. Herriet então o apresentou a um casal negro com filho, Kennet e Monica Gunning, que o ajudaram. Schulz sempre foi à frente de seu tempo, e com um olhar sobre o social: suas personagens femininas são mais fortes do que os masculinos.
O filme é entremeado com entrevistas com famosos, como Drew Barrymore e Paul Feig, a viuva de Schulz e integrantes de sua equipe criativa. Cada um fala sobre um personagem, e o filme descreve como cada um foi concebido. Toda a estrutura do filme é em cima da parte animada: Charlie Brown precisa fazer um dever de casa, se descrever em 500 palavras quem é ele. E assim se dá início a um atormentado menino tentando entender o existencialismo. Um filme genial.

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