"Como sobreviver à quarentena", de Fernando Cassano (2021)
Quando o filme começa, parece que você está assistindo a "Buscando", filme de Aneesh Chaganty que acontece todo no mundo cibernético dos computadores e celulares. Mas aí o filme foca no personagem do ator Francisco Vitti, um personagem sem nome, um sinal melancólico dos aplicativos que prezam o anonimato e onde os nomes nem sempre são os reais. É nesse mundo sem identidade e sem convívio social que vive o jovem confinado durante a pandemia do Covid. Assim como todo mundo, ele vive uma vida de rotina, onde os dias e horas se confundem. Banho, almoço, home office, ginástica, punheta, jantar, sono, e isso todos os dias que parecem intermináveis. Mas até quando essa rotina ira perdurar, em um mundo onde a pandemia parece não ter fim?
Talvez a grande beleza do filme do jovem cineasta Fernando Cassano, com roteiro escrito por Lucas Caldeira e Bernardo Leal, seja o de trazer a metáfora do isolamento humano, mesmo antes da pandemia. Quem garante que esse homem não era assim, um anti-social, focado nos games e programas de computador e aplicativos de celular? A família não existe, a namorada não existe, ninguém liga, ninguém se preocupa. A pandemia acabou trazendo à tona aquilo que todos já sabíamos: o ser humano se voltou para si e o monitor à sua frente, uma sociedade Black mirror onde o que importa é estar conectado. Cabe à figura feminina ser a voz que narra o filme, da atriz Aline esteves, em uma dicção doce e aconchegante, uma referência à Scarlett Johanson em 'Ela". O final? Bom, bem-vindos ao estranho mundo de Jack. E uma nota de louvor ao ator Francisco Vitti, carismático e divertido.
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