domingo, 20 de junho de 2021

A felicidade no seu pior


"Lagsta graden av lycka", de Sebastian Ljunggren Wiberg(2014)
Certamente, um dos filmes mais degradantes sobre a condição humana que já assisti, 'A felicidade no seu pior" poderia render facilmente um visceral e angustiante texto teatral com 2 atores, um de 40 anos e outro de 18 anos.
Pensem um texto onde um pedófilo de meia idade, Herkules, anda nas ruas caçando garotos, até que se depara com Hamlet, um jovem de 18 anos, vítima de abuso sexual quando criança. Hamlet mora nas ruas, e Herkules insiste que venha para a sua casa para beber e conversar. Chegando na casa, Herkules força um beijo. Hamlet foge, mas logo depois retorna, e confessa estar apaixonado por Herkules.
Um atordoante drama onde a carência afetiva e a necessidade de atenção faz com que um jovem se sinta protegido nos braços de um pedófilo que ainda por cima, é homofóbico e não se aceita ser homossexual, maltratando Hamlet e desferindo nele toda a sua fúria contra a sua condição de ser gay.
O filme foi rodado com quase nenhum orçamento. são dois atores, poucas locações e um texto violento e brutal. Esse texto nas mãos de Fassbinder se tornaria um cult mas nas mãos do cineasta sucesso ,Sebastian Ljunggren Wiberg se torna um obscuro filme underground. sujo, feio, maldito. A pobreza estética e a câmera documental conferem ao filme um realismo chocante. Os dois atores se entregam aos seus papéis de forma sensorial.

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