quarta-feira, 30 de junho de 2021

Balão


"Balloon", de Pema Tseden (2019)
Belíssimo drama tibetano que faz uma crítica à política do governo chinês do filho único, implementado nos anos 80 e que ficou vigente até a pouco tempo atrás. O filme se passa nos anos 90, numa região de pasto no Tibete, e acompanha a vida do pastor de ovelhas Dargye, sua esposa Drolkar e seus três filhos pequenos. A esposa descobre estar grávida e o marido se desespera: dentro da nova política, um novo filho significa multa que deve ser paga ao governo, além de perder os direitos à escola e saúde.
O filme recebeu mais de 22 prêmios internacionais, entre eles, um especial em Veneza. É um filme de beleza estonteante, fotografado por Songye Lu. De ritmo bastante lento e contemplativo, o filme reserva uns poucos momentos de humor, através dos dois filhos pequenos, que encontra camisinhas que o pai usa e os enchem como se fossem balões.

Um comentário:

  1. Crítica do "filho único não". No filme o casal já tem 3 FILHOS e o quarto é que entra a questão do controle de natalidade, mas felizmente o aborto é legalizado. O problema é a religião, como é apresentado no filme, que faz as pessoas acreditarem que alguém vai ressuscitar no ventre de uma mulher que está grávida e QUER TIRAR. O absurdo não é o controle de natalidade na Ásia, que é importantíssimo e legalizado pelo governo para TODAS AS CLASSES SOCIAIS, conforme podemos ver no filme.

    O problema está no poder que a religião faz nas pessoas e a dependência de um misticismo barato. E isso eu tenho certeza que o governo chinês não compactua.

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