quarta-feira, 23 de junho de 2021

A vida e os tempos do conde Luchino Visconti


"The life and times of count Luchino Visconti", de Adam Low (2013) Documentário sobre a vida e obra de Luchino Visconti, um dos mais aclamados cineastas italianos da história. Nascido em Milão em 1906 e falecido em Roma em 1976, Visconti nasceu em berço aristrocrático de uma tradicional família rica de Milão. Durante a sua juventude, cuidou dos cavalos de sua família, mas acabou trabalhando como assistente do cineasta francês Jean Renoir. Os encontros com os amigos comunistas de Renoir transformaram Visconti para sempre, que acabou se tornando um comunista. Por toda a sua vida, Visconti foi visto como uma personalidade contraditória: milionário, porém comunista. Para financiar parte de seus dois primeiros longas, "Ossessione" e "La terra trema", Visconti vendeu jóias herdadas de sua mãe. Ambos os filmes são considerados a gênese do neo realismo italiano: "Ossessione" foi lançado em 1942, durante a 2a guerra,. A Italia produzia até então comédias, mas com a situação da guerra Visconti resolveu fazer um drama social, baseado no livro americano "O destino bate à sua porta", antes mesmo da versão americana.
O filme explora cada um dos filmes de Visconti, com detalhes, e com depoimentos de Helmut Berger, Charlotte Rampling, Franco Zefirelli, Annie Girardot, Farley Granger e Claudia Cardinalle. As grandes obras-primas 'Rocco e seus irmãos", "O leopardo", "Morte em Veneza", "Os deuses malditos", entre outros, são apresentados com cenas do filme e making of. "Rocco e seus irmãos"foi o filme que lançou ao estrelato Alain Delon e Annie Girardot. "O Leopardo", estrelado por Burt Lancaster, ganhou a Palma de Ouro em Cannes em 1963.
O filme também fala dos relacionamentos de Visconti com Franco Zefirelli e com Helmut Berger. Apresenta a sua paixão por óperas, a amizade com Maria Callas e as óperas que dirigiu. Durante as filmagens de "Ludwig", Visconti sofreu um ataque cardíaco que o deixou para sempre em uma cadeira de rodas.
Um filme bastante detalhado, com muitas imagens de arquivo e narrado com paixão. Um depoimento de Claudia Cardinalle sobre "O leopardo"define bastante o preciosismo e detalhamento de Visconti: "As flores, os candelabros, a comida, tudo era real. Inclusive os objetos dentro de minha bolsa, que nunca apareciam em cena, como perfume, luvas.".

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