quarta-feira, 6 de maio de 2020
O cangaceiro
"O cangaceiro", de Lima Barreto (1953)
Obra-prima do Cinema brasileiro, listado entre os 100 melhores filmes da Abraccine, "O cangaceiro" teve roteiro escrito pelo diretor Lima Barreto e diálogos escritos por Rachel de Queirós. Em 1953, ele ganhou 2 prêmios no Festival de Cannes: melhor filme de aventuras, e melhor contribuição musical, com músicas compostas por Gabriel Migliori. O filme foi o primeiro sucesso internacional brasileiro no mundo, e a produção mais bem sucedida comercialmente da Vera Cruz.
Segundo os créditos, o filme se passa em uma época incerta, quando os cangaceiros dominavam o sertão. Livremente inspirado em Lampião e Maria Bonita, o cangaceiro Galdino
(Milton ribeiro) , Maria Clódia ( Vanja Orico) e seu bando perambulam pelo sertão saqueando cidades e matando pessoas. Em um dos ataques, Galdino sequestra a professora Olivia (Marisa Prado), e pede uma recompensa por ela. O capanga de Galdino, Teodoro ( Alberto Ruschel), se apaixona por Olivia e foge com ela. Galdino, irritado, segue com seu bando no encalço do casal para matá-los.
"O cangaceiro" é sempre comparado como o filme de faroeste de John Ford que ele adoraria ter filmado. Seguindo toda a cartilha do filme do gênero, "O cangaceiro". além de ser um filme de aventura, é também uma grande história de amor e curiosamente, um musical do cangaço. A cação "Mulher rendeira"é a canção oficial dos cangaceiros, que cantam durante a sua travessia pelo sertão.
A fotografia magistral é do inglês H.E. Fowle, que também viria a fotografar outros clássicos, como "Floradas na serra", "Tico tico no fubá" e "O pagador de promessas".
As atuações dos atores são duras, mas isso não desmerece o filme, que tem uma direção sensacional de Lima Barreto, dominando totalmente a cartilha dos filmes de ação , com ótimas cenas de tiroteiro. A cena final, de Teodoro caminhando em plano-sequência levando tiros do bando, é um primor de realização e uma verdadeira obra-prima.
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