sexta-feira, 29 de maio de 2020
Uma noite de aventuras
“Adventures in babysitting”, de Chris Columbus (1987)
Difícil imaginar o cinema de entretenimento sem Chris Columbus. Tanto como roteirista, produtor ou diretor, alguns dos maiores clássicos do entretenimento tem o seu toque. Roteirista de “Os Goonies”, diretor dos giga sucessos “Esqueceram de mim 1 e 2”, “Uma babá quase perfeita”, “Harry Potter 1 e 2”, entre outros. Mas muito pouca gente sabe que ele estreou na direção em 1987 com esse clássico juvenil “Uma noite de aventuras”, uma releitura de “Depois de horas”, de Martin Scorsese, onde durante uma noite, absolutamente tudo dá errado na vida da babá Chris (Elisabeth Shue) e das três crianças que ela toma conta, a pequena Sara (Maia Brewton) e os pré adolescentes Brad (Keith Coogan e Daryl (Anthony Rapp). Após levar um fora de seu namorado, Chris aceita tomar conta dos irmãos Sara e Brad. Mas quando uma amiga de Chris, Brenda (Penelope Ann Miller, em início de carreira, divertidíssima) liga para ela pedindo ajuda para buscá-la na rodoviária do cidade, Sara se vê numa grande enrascada. Ao sair com as 3 crianças para ir buscar Brenda, eles acabam se envolvendo com mafiosos, um motorista de guindaste e toda a sorte de encrenca.
É incrível como os anos 80 definitivamente foi uma época onde não havia o mínimo pudor com o politicamente correto. Em determinado momento, Daryl pergunta para Sara se ela pode estuprá-lo. Brad diz à Sara que o Thor, que ela admira, é homossexual. Daryl paquera uma prostituta na rua. Duas gangues de rua chamam Chris de puta. Daryl é punheteiro e carrega com ele uma revista Playboy. É um tapa na cara do conservadorismo que o cinema de entretenimento se transformou, quase 35 anos depois. Chris Columbus acerta totalmente a mãe em sua estréia, com um filme ágil, divertido, e um elenco espetacular: Elisabeth Shue está super carismática, engraçada e nas horas de ação ela se dá muito bem. Esse filme foi um dos pontapés para a ascenção de sua carreira. As 3 crianças estão brilhantes, muito talentosas e agindo mesmo como crianças de suas idades. Nisso Chris Columbus é mestre. Vincent D’onofrio, também em início de carreira, faz uma maravilhosa participação como o dono da oficina mecânica que a menina Sara confunde com o Thor. Mas a melhor cena é o do Blues, com Chris e as crianças sendo obrigadas a cantar Blues em uma casa de shows, após fugir dos mafiosos. Um filme gosto de ver e que garante altas gargalhadas.
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