terça-feira, 19 de maio de 2020
Esse mundo que vivemos
"This world we live in", de Gage Oxley (2017)
Excelente curta LGBQI+ inglês, premiado em festivais e que traz uma das narrativas mais fortes que vi em um curta. Joel é um jovem de 22 anos que tem tudo aquilo que qualquer pessoa em sua idade iria querer: é bonito, forte, excelente esportista, admirado pelos colegas e pelas garotas que o desejam. Mas Joel sofre internamente: ele é gay e entende que no mundo heteronormativo e machista em que vive, não há a mínima possibilidade de sair do armário. Torturado pela mentira e pelo desejo Joel aceita um convite de um aplicativo e participa de uma orgia regada a sexo com outros homens e drogas pesadas, chamada de "Chemsex". No dia seguinte, um vídeo de Joel fazendo sexo viraliza. Desesperado, Joel se entrega à uma overdose de drogas.
Cm uma atuação absolutamente excepcional do ator Jack Parr, que em performance visceral, participa de uma cena de sexo explícito e realiza uma das cenas mais dramáticas de convulsão por drogas. Direção e roteiro de Gage são perfeitos. O filme tem poucos diálogos, e é quase todo narrado em off pela voz melancólica de Joel em digressões existenciais. Fotografia e trilha sonora totalmente em alinhamento com a proposta do filme. É um filme trágico que lida com a questão das pressões sofridas por pessoas que não encontram apoio de família, amigos nem da sociedade, e que procuram se limitar a uma vida de mentira com trágicas consequências.
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