terça-feira, 19 de maio de 2020
Te pego lá fora
“Three o çlock high”, de Phil Joanou (1987)
Giga clássico dos adolescentes, “Te pego lá fora’ é um dos melhores exemplares do cinema de entretenimento dos anos 80. Na época o filme foi um fracasso de crítica e público, mas com o tempo o filme foi ganhando um status de cult. É uma pena que o filme não tenha estourado quando foi lançado, pois terá sido uma ótima chance de catapultar a carreira do jovem ator Casey Siemaszko, que até então, só tinha feito participações em filme de sucesso como “De volta para o futuro”, “Conta comigo” e “Admiradora secreta”.
O filme pega como referência para a sua história dois clássicos do cinema: “Matar ou morrer”, de Fred Zinemann, e “o exterminador do futuro”, de James Cameron. A atuação do rebelde Buddy Ravell (Richard Tyson) é toda baseada no exterminador de Schwarzenneger: mecânizada, sem expresser emoções, caminhar duro e os passos com edição de som acentuando o efeito. O filme ainda faz uma piada com o filme: em uma cena, um capacete com uma cabeça do exterminador cai ao lado de Jerry. De “Matar ou morre”, o filme pegou o mote: um duelo com hora marcada, criando toda a expectativa do filme.
Uma coisa interessante é perceber como o cinema dos anos 80 era repleto de merchandising: aqui tem Coca-Cola, caneta Bic. A direção de Phil Joanou é excelente: famoso por dirigir clips de grupos famosos, como a banda U2, Joanou cria movimentos de câmera sensacionais, e o ritmo que ele impime ao filme, junto d abrilhante edição, é de bater palmas. O filme não tem um minuto de respiro, totalmente frenético. Joanou se utiliza de clich6es de filmes de terror para criar expectativas em algumas cenas, por exemplo, na cena do banheiro, vemos os pés chutando cada cabine, recurso clássico de filmes slasher. A trilha sonora é da banda eletrônica “Tangerine dream”, e compõe um score sampleando a trilha de “O exterminador do futuro”. O que eu mais adorei na direção de atores de Phil Jeanou, é que boa parte de seus personagens, como o reitor, o delegado, atuam seriamente, como se fosse um filme dramático. Esse contraste com outros personagens mais caricatos é que faz a diferença. Também, Jeanou concebeu um excelente plano-sequência logo no início: alunos comentando sobre a chegada de Buddy na escola, falando de todas as suas ações violentas na outra escola, seus atos violentos e principalmente, que ele odeia ser tocado. Essa câmera percorre vários alunos até chegar em Jerry. Não posso deixar de falar na performance e no carisma de Casey Siemaszko como o protagonista Jerry Mitchell. É de fato uma pena que ele não tenha estourado, ele seria um ótimo perfil para competir com tipos como Michael J Fox. Casey equilibra bem os momentos cômicos e os dramáticos, e é impossível ninguém sentir pena dele, mas ele faz isso de forma minimalista sem exageros. Para ver e rever.
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