domingo, 31 de maio de 2020

A canção do sul

"Song of the south", de Harve Fostere e Wilfred Jackson (19460 Esse filme na minha infância era o meu clássico da Disney, assisti umas 10 vezes com minha mãe no cinema e sempre chorava na parte final, quando apelava pro sentimentalismo e para uma eminente tragédia. O filme recebeu em 1948 o Oscar de melhor canção, pela antológica e inesquecível "Zip-A-Dee-Doo-Dah". ator James Baskett recebeu um Oscar honorário por sua comovente e carismática performance como o Uncle Remus, clássico da literatura escrito no Século XIX por Joel Chandler Harris. Mas aí o tempo passa, a gente cresce, toma consciência e descobre que o filme foi banido pela própria Disney, no único caso de filme cancelado e nunca mais colocado em circulação da empresa. Hoje em dia, só se encontram cópias ilegais. Nos canais da Disney, o filme nem sonha em ser exibido. Logo após a sua exibição nos cinemas, fazendo um enorme sucesso comercial, o filme foi acusado por associações de movimento negro de ser altamente racista. A representação dos negros no período dos Estados Unidos pós Guerra da Secessão, e pós abolição da escravatura, apresenta-os ainda como servis aos brancos, com um trabalho corporal e de dicção bem caricato e pior para o Tio Remus, que traz um olhar saudosista sobre a sua juventude!!!!!!! Tio Remus é uma espécie de "Big Fish"do Tim Burton, um senhor idoso que conta histórias fantásticas para as crianças, e as fazem acreditar que elas são reais. Jonnhy (Bobby Driscoll) é ;evado para a fazenda de sua avó, e fica lá com sua mãe. Sue pai vai embora para trabalhar em Atlanta. Saudoso do pai, Jonnhy resolve fugir, mas o ex-escravo Tio Remus o encontra e passa a contar histórias para ele, do Coelho, do urso e da Raposa. Tecnicamente, o filme é um primor: a fotografia, os efeitos de animação interagindo com os atores foi uma revolução e a primeira vez utilizada em um filme. As canções, os atores, (Hettie Macdoweel está no elenco também, quase reprisando seu papel em "E o vento levou.." "A canção do Sul" é um representante máximo do que Spike Lee chamou de "Magical negro": personagens negros que são secundários na trama, e que só existem para ajudar o homem branco, sendo seu serviçal e fazendo ele entender que a vida vale a pena.

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