"St Elmo's fire", de Joel Schumacher (1985)
Clássico dos anos 80, "O primeiro ano do resto de nossas vidas" foi lançado em 1985, mesmo ano de outro clássico, "O clube dos cinco", de John Hughes. O fato curioso é que 3 atores estão no elenco de ambos os filmes: Ally Sheed, Judd Nelson e Emilio Estevez. "O clube dos cinco" apresenta a insatisfação da juventude que estuda na faculdade. "O primeiro ano do resto de nossas vidas" apresenta essa mesma juventude que acabou de se formar, e se encontra totalmente perdida, sem rumo, sem perspectiva para um futuro: estariam eles prontos para enfrentar a vida?
Eu me lembro de ter visto o filme na época do lançamento, e que saí do filme bastante tocado pelo tom pessimista que o filme traz, e mais do que isso: a perda da inocência, quando você reconhece que já faz parte do mundo dos adultos e não tem mais a inocência e frescor da juventude. Eu fiquei por muitos anos com o filme na cabeça, pensando no fracasso dos personagens retratados no filme. Mais do que isso, pensei no título, que é um dos mais felizes da galera brasileira que traduz títulos americanos: mil vezes melhor e mais significativo do que o original, "St Elmo's fire", o nome do restaurante onde o grupo sempre se encontra. "O primeiro ano do resto de nossas vidas" é um nome muito pé no chão, muito final de um ciclo da vida.
O roteiro, co-escrito por Joel Schumacher, traz esse tom melancólico do fracasso, tanto das relações pessoais, quanto as profissionais. Desejos e sonhos que não aconteceram. 7 amigos que acabam de se formar, tentam se firmar na vida: o filme tem todos aqueles clichês de grupos de amigos: traições, brigas, discussões, tentativas de suicídio, amores mal resolvidos, empregos frustrantes, desemprego, drogas, depressão. O elenco é formado pelo que se chamou de "Brat Pack", nome dado pela crítica para um grupo de atores que faziam filmes que representavam a juventude dos anos 80: o filme reúne todos eles. Demi Moore, Ally Sheed, Rob Lowe, Emilio Estevez, Judd Nelson, Mare Winningham, Andrew Maccarthy. Todos grandes estrelas da época, reunidos no mesmo filme. Fico muito comovido de rever esse filme 35 anos depois, pois misturo a perspectiva dos personagens e dos atores que os interpretaram. A ficção e a realidade se misturam, pois a pergunta que fica é: cadê esses atores? Boa parte já deve estar quase chegando aos 60 anos de idade. É uma linda e triste constatação sobre um filme que fala justamente sobre o fim da juventude.
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