sexta-feira, 1 de março de 2019
O Mágico inesquecível
"The wiz", de Sidney Lumet (1978)
Adaptação do musical de sucesso da Brodway ”The Wiz”, que por sua vez é uma adaptação do clássico “O mágico de Oz”, com Judy Garland. Lançado em 1978, o filme foi parra nas mãos do Cineasta Sidney Lumet, após vários outros diretores terem saído do projeto. Lumet, um dos grandes Cineastas americanos, só havia filmado dramas densos, como “Um dia de cão” e “Doze homens e uma sentença”. O musical é composto totalmente por um elenco negro, e diferente do filme, se ambienta em Nova York nos anos 70. Diana Ross implorou para fazer o papel de Dorothy, mas todos a consideravam vela pro papel. Diana tinha 34 anos, e acabaram cedendo, diminuindo a idade da personagem para 24 anos. Ela chantageou os produtores, dizendo que caso ela fosse escalada, ela traria Michael Jackson para o papel do Espantalho. O filme tem os maiores astros negros da época: Gregory Hines, no papel do Homem de Lata, e Richard Pryor, no papel do Mágico, além da cantora Lena Horne no papel da Fada Glenda. O filme foi rodado em locações reais, como o World Trade Center e também em enormes estúdios, contando com centenas de figurantes e cenários reproduzindo lugares ícones de NY. Na época, foi o musical mais caro já realizado. A fotografia é de Oswald Morris, premiado com o Oscar por “Um violinista no telhado”.
Um projeto desses tão ousado acabou virando um grande fracasso de público e de crítica. O filme, apesar do lúdico da história, dos personagens carismáticos e das coreografias, tem um tom de pesadelo, assustador, e portanto, afastou as crianças, principal foco do filme. É um filme adulto, que traz mensagens edificantes para a comunidade negra, um belo sub-texto de empoderamento e de luta.
Mas hoje em dia as coisas mudaram, mesmo datado e com direção de arte mega Kitsch e efeitos toscos, o filme tem um charme incontestável. A prestigiada Revista Entertainment Weekly colocou o filme na lista dos 50 Filmes cults da História do cinema, constando no No 28 da lista.
Um elenco desses tão vibrante, enérgico e inusitado traz muito carisma ao filme. Michael Jackson está excelente no papel do espantalho, assim como os outros. Mas Diana Ross traz para si toda a insegurança da personagem. Seu porte físico, magra, e seus enormes olhos dão conta de Dorothy. O número final que ela canta, em plano-sequência, “Home”, é das cosias mais lindas e emocionantes que você terá visto em um Musical.
Talvez um grande problema do filme seja sua longa duração, 2:14 Horas, e com certeza, cortar meia hora do filme lhe teria sido mais saudável. Os números musicais dos grafites vivos e das cores no World Tarde Center, além de Dorothy e amigos correndo pela estrada de Tijolos amarelos, são incríveis. Ah, a cena de Lena Horne também é poderosa. Não é um filme para qualquer um. Só assista se você se permitir se deixar levar pela ingenuidade das imagens e das situações, sem olhar crítico demais.
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