"Pier Paolo Pasolini- raisen durch italien”, de Claus Bredenbock (2018)
Excelente documentário que mostra o registro de imagens e de fotos da viagem que o cineasta Pasolini, então roteirista e escritor, fez na costa italiana entre os anos de 1959 a 1971. Junto do fotógrafo Paolo di Paolo, que dá divertido depoimento sobre a personalidade s6eca e fria de Paoslini, viajaram mais de 3 mil quilômetros.
No verão de 1959, como correspondente da revista “Sucesso”, Pasolini percorreu a costa italiana. O livro que Pasolini publicou em 1959, “The long road of sand” é um relato duro e contundente sobre a Itália testemunhada por Pasolini. Segundo ele, a Itália foi entregue para os ingleses, alemães e franceses, que invadiram a costa italiana no pós guerra. Pasolini ficou chocado com a pobreza das regiões visitadas por ele: prostituição, fome, desemprego, máfia matando políticos e civis. Nessa época, Pasolini escrevi roteiros para Fellini e ensaios para revistas, além de poesias. Marxista e homossexual assumido, Pasolini sempre foi mal visto pela população conservadora e pela Igreja, que o condenava. O choque para Pasolini foi tamanho, que socialmente influenciou todos o filmes que viria a fazer, começando por “mama Roma” e “Accatone”, seus primeiros filmes que falam sobre delinquência e prostituição. Em 1963, ele documentou o comportamento sexual italiano, explicado em “Comícios de amor”, um filme de 1964. Pasolini ficou chocado com os depoimentos vagos e conservadores sobre sexo, que ele concluía dizendo ser por conta da religiosidade cristã dos italianos. No inverno de 1970-71, ele testemunhou a situação da população italiana mais empobrecida e dos inocentes que sofreram com o poder estatal. Após essas três viagens, ele concluiu que a sociedade italiana havia mudado drasticamente para pior ao longo de todos esses anos. Um filme com imagens belíssimas, ao mesmo tempo poéticas e tristes pela pobreza da população em contraste com o turistas. Para quem é fã de Pasolini, imperdível.
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