"Bruno Reidel", de Vincent Le Port (2021)
Um dos filmes mais brutais que você irá assistir, e baseado em uma aterrorizante história real. O filme todo é narrado em 1a pessoa pelo assassino Bruno Reidal, que degolou um menino de 13 anos. Em seus depoimentos, ele narra a sua história desde os 6 anos de idade, até a idade de 17 anos, quando assassinou o pequeno François. O filme começa com a explícita cena da degola da cabeça, mas mostrando o rosto de Bruno. No ato final, vemos o contra-plano, da cabeça sendo degolada de forma gráfica.
O filme se assemelha à obra prima de René Allio, 'Eu, Jacques Riviere, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão". São filmes apresentados com extrema frieza narrativa, quase documental, sem emoção, apresentando a angústia e desolação do ser humano em seus instintos mais animalescos.
Em 1905, o seminarista francês Bruno Reidel é considerado culpado pelo assassinato de uma criança. A pedido dos médicos que o observam, ele escreve suas memórias para explicar sua ação. O filme mostra a relação abusiva da mãe de Bruno e o estupro que ele sofre quando tinha 6 anos, por um pastor. Depois, quando Bruno presencia um porco sendo morto, ele fica com os gritos ecoando e sente prazer. A partir daí, ele sente desejos por outros garotos, e se imagina matando os colegas de classe, e enquanto isso, se masturba. Já crescido, bruno vai estudar numa escola para seminaristas e sente atração por um colega, Blondel, que ele deseja ardentemente assassinar. "Apenas pensamentos de assassinato me excitam", diz Reidal. Bruno se masturba várias vezes ao dia, imaginando-se matando seus colegas, e é isso o que o motiva a matar o menino François, quando Blondel lhe escapa.
As atuações de Dimitri Doré, aos 17 anos, e Roman Villedie, aos 6 a 10 anos, são espetaculares. Um personagem tão complexo , que deve ter sido um desafio exasperador e doloroso para seus intérpretes. A cena do assassinato é brutal, e por isso, fica difícil indicar esse filme, mas ao final, se torna um primor de narrativa psicológica.
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