"Death of a virgin and the sin of not living", de George Peter Barbari (2021)
Espetacular filme libanês, premiado em diversos festivais e que traz uma forma bastante original e inusitada de contar uma história. O filme concorreu no Festival de Berlim 2021 na Mostra panorama e é uma mistura de drama, documentário, comédia e poesia existencialista. Lembra "Noivo neurótico , noiva nervosa"de Woody Allen , quando o cineasta colocava pensamentos nos personagens, compartilhando com o espectador o que o personagem realmente sentia internamente.
A história é comum e já vista em muitas produções: 4 amigos jovens seguem até um bordel para transarem com prostitutas, sendo que um deles, Etienne (Etienne Assal), irá perder sua virgindade. O filme acompanha o trajeto deles de suas casas até o bordel. Durante todo esse percurso, todos que aparecem n filme, tanto os protagonistas, quanto os figurantes, terão momentos solos de solilóquios existencialistas, divagando sobre suas vidas, seu destino pessoal e profissional e falando sobre suas mortes futuras e de como morrerão.
É justamente nessa narrativa de trazer para a câmera os rotos de pessoas invisíveis que o filme ganha seu brilho. É comovente, é poético, é trágico nas narrativas. Através da história banal, o filme apresenta o contexto social, econômico do Libano, um país patriarcal, misógeno e onde os jovens não encontram oportunidades para seguir seus sonhos e mudar as suas vidas. Brilhante, ainda mais considerando que todos no filme são não atores. O ato final, com Ethienne no quarto com a jovem prostituta, é de cortar os pulsos de tão melancólico e emocionante na dor de ambos.
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