“Where the crawdads sing”, de Olivia Newman (2022)
Adaptação do best seller de Delia Owens, “Um lugar bem longe daqui” foi um enorme sucesso de bilheteria nos Estados Unidos, tenso sido exibido no prestigiado Festival de Locarno.
Adaptação do best seller de Delia Owens, “Um lugar bem longe daqui” foi um enorme sucesso de bilheteria nos Estados Unidos, tenso sido exibido no prestigiado Festival de Locarno.
Terror psicológico, "Onde está Rose" se apropria do gênero para falar de um tema bastante trágico, que é o do abuso e da violência doméstica contra as mulheres.
Premiado drama indiano escrito e dirigido por Ajitpal Singh, “Fogo nas montanhas” concorreu no Festival de Sundance 2021 e traz uma história de uma mulher que vive dentro de uma sociedade conservadora e patriarcal nas montanhas do Himalaia.
Excelente documentário que mostra o registro de imagens e de fotos da viagem que o cineasta Pasolini, então roteirista e escritor, fez na costa italiana entre os anos de 1959 a 1971. Junto do fotógrafo Paolo di Paolo, que dá divertido depoimento sobre a personalidade s6eca e fria de Paoslini, viajaram mais de 3 mil quilômetros.
Polêmico documentário dirigido pelo cineasta alemão Jocken Jick, famoso por ter realizado o filme “Via Appia”, rodado no Brasil em 1987, mostrando o mundo underground gay da época e protagonizado por Guilherme de Pádua. “Vida sexual em Los Angeles parte 1 e 2” concorreu no festival de Berlim na Mostra Teddy, e apresenta a vida sexual de garotos de programa, atores pornôs e produtores do entretenimento do sexo de Los Angeles em 1997 e em 2005. Através da passagem, acompanhamos o que ocorreu com os mesmos entrevistados, envolvidos com HIV, drogas, festas com orgias e muita decadência. Uma frase que resume o que move esses rapazes, proferida por um deles após realizar uma cena pornô:” Another day, another dollar, another job done.”
A produtora de Jocken Hick, curiosamente, se chama “galeria Alaska”, famoso point queer dos anos 70 a 90 em Copacabana, palco do Show dos Leopardos.
Com um misto de drama e trillher de suspense, "Vera sonha com o mar" traz uma performance arrebatadora de Teita Ajdini em uma filmografia ainda pouco conhecida de países do leste europeu.
Diretor de "De onde eu te vejo", "Cristina quer casar", "Onde cai o pano" e "3 Teresas", todos protagonizados por sua esposa, a atriz Denise Fraga, dessa vez Luís Villaça dá espaço ao universo masculino e Denise Fraga fica com um papel menor, a de esposa de um dos protagonistas. O filme é uma dramédia bastante melancólica que evoca filmes clássicos dos anos 70 italianos, de cineastas Ettore Scola, Mario Moniccelli e Dino RIsi, como "Os bons companheiros", "Nós que nos amávamos tanto" e "Aquele que sabe viver". São filmes onde a alegria e a tristeza caminham juntos em amizades que perduram anos, após um reencontro inesperado.
Polêmico drama LGBTQIAP+ cult espanhol, datado de 1977 e que provocou verdadeiro furor quando do seu lançamento, e ainda hoje em dia é visto como um filme maldito e obscuro. Protagonizado pelo astro espanhol de Filmes B Paul Naschy, famoso por interpretar papéis de Lobisomens em inúmeras produções. Naschy se baseou em sua história real para c-escrever esse roteiro: em uma ocasião, ele foi em um bar e ficou seduzido por uma linda mulher. Quando ele foi ao banheiro, a mulher estava ao seu lado e ele descobriu que ea era uma travesti. Fascinado pelo universo, Naschy escreveu a história de Lorna (Agata Lys, famosa transexual espanhola da época), uma mulher que desapareceu sem deixar vestígios. Obcecado por Lorna, o policial Sergio (naschy) entrevista várias pessoas próximas à ela, entre elas, o namorado que desconhecia que ela era trans, e as amiga travestis. Sergio passa a frequentar o Gay Club, e lá, vai conhecendo a fundo o universo underground dos shows de travestis, além de pesquisar cientificamente a cirurgia de vaginoplastia, que é a de reconstrução da vagina no lugar do pênis e testículos.
Um projeto independente de baixíssimo orçamento espanol, a comédia dramática LGBTQIAP+ "Miss Futuro" lembra bastante os primeiros filmes de Almodovar nos anos 80, filmes politicamente incorretos e sujos, underground. O filme, rodado em Madri e Nova York, traz como protagonista uma freira, Irmã Cassandra (Ada Fernandez), que no passado já foi atriz mas decidiu se livrar dos pecados da profissão e se tornar religiosa. Quando Cassandra é flagrada lendo a biografia de Woody Allen, a irmã Ada lhe propõe uma missão para se purificar: ir até um bosque em Madri onde os gays fazem pegação, e ali, jogar água benta nos pecadores para eles se converterem. Mas Cassandra acaba se assumindo no parque também como pecadora. Ela rouba um busto em uma igreja e o vende, e com o dinheiro decide viajar até Manhattan, cidade que ela viu em inúmeros filmes. Mas chegando lá, ela acaba conhecendo um universo underground, digno dos filmes de Andy Warhol, com sua fauna de travestis, drags, gays e prostitutas.
Belo drama finlandês que traz ao espectador a sensação de estar no ponto de vista de seu protagonista, um homem cego e paralítico. Somente Jaako (Petri Poikolainen) está em foco, o restante: ambientes, pessoas, estão desfocadas. É uma sensação incômoda que nos faz assistir ao filme com bastante angústia. O ator Petri Poikolainen é cego de verdade, e portador de esclerose que o tornou paraplégico. O cineasta Teemu Nikki conheceu Petri Poikolainen durante o serviço nacional finlandês na década de 1990; eles se tornaram amigos, mas perderam o contato logo depois. Nikki passou a ser um respeitado diretor de cinema; Poikolainen tinha acabado de começar a se destacar como ator de teatro quando foi atingido por um diagnóstico devastador de esclerose múltipla, que acabou tirando sua visão e capacidade de andar. Quando ele se reencontrou com Nikki mais de 20 anos após seu primeiro encontro, o diretor sugeriu fazer um filme juntos. A história é simples: Jaakko é cego e está preso a uma cadeira de rodas. Ele ama Sirpa, embora estejam distantes um do outro. Os dois nunca se encontraram pessoalmente, mas se falam todos os dias por telefone. Quando Sirpa avisa que está morrendo de câncer, Jaakko decide visitá-la imediatamente, apesar de sua condição. Para isso, ele precisa confiar em pessoas estranhas, uma vez que seu cuidador está indisponível.
Filmaço de Jordan Peele, realizador dos cults de terror "Corra!" e "Nós!', prejudicado apenas pela sua longa duração de 130 minutos. O filme poderia ter sido resolvido com meia hora a menos, mas ainda assim, oferece momentos mágicos de fascínio cinematográfico, graças à fotografia e às incríveis locações na Califórnia, uma super homenagem aos faroestes.
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2022 para melhor direção e indicado pelo país para representá-lo no Oscar 2023, "Decision to leave" é dirigido e co-escrito pelo premiado Park Chan-wook, cultuado cineasta, realizador de "Oldboy", "Lady vingança" e "A criada", rodado 6 anos antes de "Decision to leave". O filme é uma trama noir com ecos de Hitchcock, e muitos críticos viram referências à "Um corpo que cai". O filme tem uma trama complexa, que envolve uma femme fatale, romance, traição e suspense, com uma direção cheia de maneirismos de câmera e estilo.
Drama independente que traz uma metáfora sobre relacionamentos durante o confinamento da Covid-19, mas sem contextualizar a pandemia. O filme possui apenas 3 atores e um único cenário, uma sala branca e estilosa onde um casal participa de uma aposta de onde poderão sair com 10 milhões de dólares, mas para isso deverão permanecer por 50 dias trancados nessa sala.
Atriz cultuada que já trabalhou com Tarantino em "Pulp fiction", a portuguesa Maria de Medeiros estreou na direção com o ótimo "Capitães de Abril", sobre a revolução dos cravos em seu país. Maria e a autora e atriz Laura Castro protagonizaram a peça escrita por Laura "Aos nossos filhos", e agora, ambas trazem o texto às telas do cinema, com Marieta Severo fazendo o papel de Medeiros, e Laura Castro repetindo sua personagem, na complexa e traumática relação entre mãe e filha. Marieta é Vera e Tânia (Laura Castro) é sua filha, casada com a publicitária Vanessa (Marta Nóbrega). Vera está se divorciando de Fernando (José de Abreu). Enquanto Vera se mostra conservadora e homofóbica, Fernando dá total apoio à relação lésbica da filha. Vera foi torturada na ditadura, e seu primeiro filho, Sérgio, desapareceu no Dops. Vera passou a vida toda procurando, sem esperanças, pelo filho. Isso faz com que ela não apoie a inseminação artificial que sua filha pretende fazer, achando um absurdo não adotar uma criança. Vera é também diretora de uma Ong na comunidade que atende crianças soropositivas.
É curioso como o filme de terror "A corrente do mal", de 2014, inspirou a linguagem de 2 filmes brasileiros autorais recentes: "Vento seco", de Daniel Nolasco, e "A mãe", de Cristiano Burlan, um vigoroso e potente drama. são s travelling em zoom, longos, que começam em planos gerais e vão se aproximando assustadoramente e lentamente de seu objeto de foco. "A mãe" é a homenagem do roteirista e cineasta Sristiano Burlan às mães de maio: Um movimento social formado por mães de jovens assassinados e desaparecidos em São Paulo no período de 12 a 20 de maio de 2006, quando pelo menos 584 pessoas foram mortas no Estado. Marcélia Cartaxo é Maria, uma camelô moradora da periferia, e mãe do jovem Valdo (Dunstin Farias) que sonha em ser jogador de futebol. Quando MAria sai para trabalhar, ela pede para que seu filho arrume a casa antes de ir para a escola. Mas um amigo de Valdo, Jonas, o chama para ir à seleção de jovens talentos do time, e ele acaba indo. No dia seguinte, Valdo não aparece, e aí começa a peregrinação de Mara em busca de seu filho. Com um elenco de apoio muito bom, composto por Helena Ignez, Tuna Dwek, Carlos Meceni, entre outros o filme foi premiado no Festival de Gramado 2022 com melhor direção, atriz e desenho de som. Nesse épico intimista de uma mãe coragem, não tem como não falar do trabalho excepcional de Marcélia, forte, potente, emotiva, feroz. E também do jovem Dustin Farias, um ótimo trabalho em cenas poderosas. Um retrato nu e cru sobre uma sociedade decadente, uma policia corrupta e assassina e instituições falidas.
Drama mineiro que concorreu no prestigiado Festival de Sundance e premiado no Festival de Gramado 2022 nas categorias melhor longa do juri popular, melhor trilha sonora para Daniel Simitan e melhor roteiro,
Os roteiristas, produtores e cineasta de "Glorious" devem ter tomado um ácido daqueles bem porretas para poderem ter realizado um filme ousado e corajoso que mistura "Glory holes"( buracos em cabines de banheiros públicos onde homens colocam seus pênis para fetiches), mundo apocalíptico, Deuses míticos, Twilight zone e efeitos trash anos 80. A esse grupo ainda acrescento o ator JK Simmons, vencedor do Oscar de coadjuvante por "Wiplash" e me pergunto como ele foi convencido a participar desse projeto mega trash Z. Mas o filme tem o seu valor, que é simplesmente ligar o foda-se e trazer um conto de Twilight zone meio Queer, meio trash e com um elemento surpresa no seu final, um plot twist até interessante que traz toda uma nova revelação para o protagonista Ryan Kwanten , no papel de Wes, um viajante que para o seu carro em uma estrada isolada. Ele começa a encher a cara e decide queimar todos os pertences de sua ex Brenda, onde aparentemente ele rompeu o relacionamento. No dia seguinte, ele acorda sem calças em um banheiro público imundo. Uma voz surge na cabine do lado, divididos por um glory hole. A voz se autodenomina “Ghatanothoa”, e se revela um filho de um Deus que quer destruir o mundo.
O super premiado cineasta japonês Hirokazu Koreeda, assim como os irmãos Dardenne e o sul coreano Hong San Soo , sempre saem premiados dos Festivais mais importantes do mundo, entre eles, Cannes. Em 2018, Korreda venceu a Palma de ouro por "Um assunto de família", e desde então tem experimentado uma carreira internacional. Em 2019, filmou o francês "A verdade", com Catherine Deneuve, Juliette Binoche e Ethan Hawke. Agora, ele filmou uma produção Sul coreana, e venceu 2 importantes Prêmios em Cannes 2022: A palma de ouro de melhor ator para Song Kang Ho e prêmio do Juri ecumênico no Festival de Cannes 2022. Song Kang Ho vem a ser o ator protagonista de "Parasita", o maior sucesso do país, e aqui, interpreta um vigarista, Sang-hyeon. que junto de seu parceiro, Dong Soo (Dong-won Gang), roubam os bebês deixados para adoção por mães arrependidas. Na coréia do sul, elas podem abandoná-los dentro de caixas públicas. Eles vendem os bebês no mercado negro de adoção. No entanto, quando uma jovem mãe volta depois de ter abandonado seu bebê, ela os descobre e decide acompanhá-los em uma viagem para entrevistar os potenciais pais adotivos. Duas detetives, entre elas Soon Jin ( a super estrela Doona Bae, de 'Sense 8") estão no encalço do grupo.
Polêmico documentário produzido pelo ator Corey Feldman e dirigido pelo seu amigo Brian Herzlinger e que narra o suposto estupro que os dois dos maiores astros juvenis de Hollywood dos anos 80, Corey Haim e Corey Feldman sofreram na mão de abusadores que faziam parte do entretenimento de Hollywood. Corey Feldman, hoje com 48 anos, por anos prometia fazer um documentário onde finalmente expusesse os nomes desses grandes predadores, e na esteira do movimento #metoo, acabou finalmente fazendo, com a finalidade de assim, evitar que novos atores mirins ficassem em suas mãos e relatassem o que de fato rola nos bastidores. Corey Haim e Corey Feldman foram melhores amigos e juntos, protagonizaram 9 filmes juntos nos anos 80: "Os garotos perdidos", "Sem licença para dirigir", "Um sonho diferente", entre outros. Feldman ainda protagonizou dois dos maiores clássicos juvenis da época: 'Conta comigo" e "Os Goonies".
Celebração dos 25 anos da série 'South Park", criada em 1997 e famosa pelo politicamente incorreto e pela escatologia. Seus protagonistas Cartman, Kenny, Stan e Kyle, crianças amadas e totalmente sem noção, se tornaram ícones da cultura pop, tendo o bordão "Os my God, they killed Killed" se tornado um meme antes mesmo desse termo se tornar famoso.
Em 2019, o filme francês 'Os camarões brilhantes" fez um enorme sucesso no mundo inteiro, com um misto de 'Priscila, a rainha do deserto" em ambiente de pólo aquático Lgbtqiap+. Agora, dois anos depois, os roteiristas e cineastas Maxime Govare e Cédric Le Gallo retornam com os mesmos personagens, a equipe de pólo aquático gay "Os camarões brilhantes" e seu treinador hetero. Eles irão participar de uma competição em Tokyo, e todos se reencontram no aeroporto para embarcar, com escala na Rússia. Um novo integrante se une ao grupo, o hetero Selim, que desconhece que o grupo é gay. Ao chegarem na escala na Rússia, descobrem que as passagens foram compradas em data errada, e que devem permanecer um dia na Rússica. Mas logo eles testemunham a homofobia do governo e da população, através de centros de conversão e da polícia homofóbica.