quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Pari


"Pari", de Siamak Etemadi. Longa de estréia do cineasta iraniano Siamak Etemadi, que também escreveu o roteiro, "Pari" concorreu em Berlin e outros importantes Festivais de cinema.
Metáfora sobre a sociedade patriarcal iraniana e sobre a repressão feminina, "Pari" apresenta o casal Farrouk e Pari, que vão para Atenas, a primeira viagem que fazem para o exterior, para visitar o filho que está estudando há um ano ali. Para surpresa de ambos, o filho não vai recebê-los no exterior, e nem está no apartamento. Pari insiste em procurar o filho Babouk, mas o marido diz ser impossível, após todas as tentativas.
Pari representa a mulher oprimida pelo homem: ela nunca abre a boca para nada, mas aos poucos, passa a ganhar protagonismo e isso irrita o seu marido. Ao olhar do casal, eles se chocam com a cultura européia e também com a crise na Grécia: estudantes em manifestação, policiais nas ruas, desemprego, estupradores, prostitutas, casais de gays, jovens fazendo sexo na faculdade. Diante desse mundo "Dantesco", Pari precisa ganhar forças para procurar seu filho, sem jamais desistir, como uma mãe leoa. A cena de seu manto persa queimando pelo fogo da manifestação é belíssima. É um lindo filme, importante, mas confesso que não gostei do desfecho. Entendo que é a representa
cão da mãe coragem que faz de tudo para defender sua prole, mas ficou num lugar muito cruel demais, A atriz Melika Foroutan, no papel principal, está fantástica, revelando todas as nuances e facetas emocionais .

Nenhum comentário:

Postar um comentário