terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Canto dos ossos


"Canto dos ossos", de Petrus de Bairros e Jorge Polo (2020)
Grande vencedor da mostra Aurora do Festival de Tiradentes 2020, "Canto dos ossos" é produzido pelos Estúdios Giz, que tem como foco produzir filmes realizados por diretores jovens, de baixo orçamento e que redefinam os filmes de gênero e que levantem a bola das classificações de gênero e multiculturalidade. O mesmo Estúdio produziu "Sem seu sangue", de ALice Furtado, exibido em Cannes 2019 e que também traz à tona os temas do cinema de horror brasileiro discutindo luta de classes e racismo. Em 'Canto dos ossos", essa discussão é pautada por um cinema Queer, trash e ppbre, mas sempre instigante.
Duas criaturas vampirescas se separam: a professora Nainana, que sai do Ceará e vem trabalhar dando aula em Búzios. E Diego, um balconista de farmácia. Durante a noite ambos caçam suas presas, mas o mundo também traz à tona as Mosntras, criaturas poderosas que querem dominar tudo.
O filme é totalmente experimental, com efeitos toscos de maquiagem e aplicações digitais bem safadas na tela. A estética é do Brasil pobre e maldito, sufocado e oprimido. Trabalhando com a metáfora. o filme redefine a eterna luta entre oprimidos e opressores.
O filme não me encheu os olhos, mas a ousadia e criatividade dos cineastas e roteiristas formandos da Faculdade de cinema da UFF nos ensina que é possível fazer um cinema urgente, marginal, udigrudi com os recursos que tivermos em mãos.

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