domingo, 14 de fevereiro de 2021

Notre Dame


"Notre Dame", de Valérie Donzelli (2019)
A atriz e cineasta francesa Valérie Donzelli explodiu em 2009 com o drama visceral 'A guerra está declarada", que competiu em Cannes e outros importantes Festivais. Depois de vários filmes, ela retorna com a comédia romântica musical 'Notre Dame", que conseguiu a grande proeza de concorrer no prestigiado e experimental festival de Locarno.
A crítica detonou o filme, chamando de "ignóbil, insosso", e outros adjetivos desqualificando o filme. Li várias críticas, e nenhum citou as diversas referências cinéfilas que ela traz ao filme: o cinema da nouvelle vague e sua liberdade criativa, principalmente na figura de Agnes Varda; e no cinema de Jacques Tati. Temos cenas de musical, teatro, pantomina, animação, mágica ( algumas cenas me lembraram do lúdico de "Milagre em MIlão", de Vittorio de Sica.
Maud Crayon (Valérie Donzelli) é uma arquiteta que é explorada por seu patrão no escritório de design. Ela é separada de Martial, desempregado, pai de seus dois filhos adolescentes. Maud descobre que, acidentalmente, ganhou o concurso de restauração da fachada da Catedral de Notre Dame, e essa reviravolta faz voltar à sua vida o jornalista Bachhus, seu ex-namorado (Pierre Deladonchamps). Dividida entre o ex marido e o ex namorado, Maud precisa lidar com a revolta da população que considera sua obra uma blasfêmia.
O filme é repleto de referências ao cinema da Nouvelle Vague, e possui pelo menos duas cenas antológicas: o musical da chegada dos turistas no apartamento, e o musical melancólico final na sala de cinema. O elenco esta confortável dentro da proposta ousada de Valérie Donzelli, que em mãos menos habilidosas deixariam as cenas com gosto duvidoso.

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