"Bliss", de Mike Cahill (2020)
Escrito e dirigido por Mike Cahill, "Bliss- em busca da felicidade" um subtítulo em português que já entrega o filme. Impossível não pensar em Michel Gondry dirigindo esse filme, com roteiro escrito por Charlie Kauffman. Mike Cahill certamente buscou referências do escritor e diretor de "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" e faz uma visão lisérgica da mesma história.
Greg (Owen Wilson) trabalha em uma empresa de atendimento ao consumidor. Ele é divorciado e tem 2 filhos, Emily e Arthur, mas sua relação com todos é péssima. Quando Greg é demitido, surge um gatilho que o deixa transtornado. Acidentalmente, ele empurra o chefe que bate a cabeça e morre. Greg foge e conhece Isabel (Salma Hayek), uma mulher que diz que ambos estão vivendo em um mundo simulado. Greg se une à Isabel e ele procura entender o mundo de Isabel, que a fez entender que tudo é um simulacro e nada existe, nem mesmo sua filha Emily, que insiste em buscá-lo.
O filme tem um roteiro que no primeiro ato deixa o espectador bastante confuso. Mas se pensarmos em Gondry, tudo começa a fazer sentido. É um filme sobre sensações de quem usa rogas sintéticas e sai de si. No final das contas, é um filme melancólico que fala sobre duas pessoas losers, ela uma sem teto, ele demitido e uma família destruída. O filme poderia ter tido mais emoção, mas o diretor aposta na narrativa fria. É sem dúvida um filme ousado, um risco considerando os dois astros que ele tem no elenco e que pode enganar o espectador, em busca talvez de assistir à uma comédia. É um filme repleto de filosofia.
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