"Yol", de Yilmaz Güney e Serif Gören (1982)
Quando você fica sabendo que o Cineasta Alejandro Inarritu decidiu se tornou diretor de cinema após assistir a esse filme, você se sente obrigado a assistir. E que obra-prima! Vencedor da Palma de Ouro em Cannes 1982, dividindo o prêmio com "Missing", de Costa Gavras, "Yol" é um retrato desolador e violento da Turquia no início dos anos 80, tomado por uma ditadora e perseguição ao povo curdo. O filme ficou proibido no páis até 1999, liberado com cortes pelos eu retrato impiedoso da sociedade e governo turco da época. O filme acompanha 5 presos que recebem licença temporária de uma semana. Eles decidem retornar às suas aldeias, cada um para cumprir uma missão. Entre eles, Seyit Ali (Tarık Akan) retorna para casa e passa a ser pressionado pela família à matar a esposa (Şerif Sezer) que se tornara prostituta em sua ausência; Mehmet Salih (Halil Ergün) também é forçado a confrontar a esposa (Meral Orhonsay) porém com a revelação de sua culpabilidade pela morte do irmão dela após abandona-lo em uma tentativa de roubo que deu errado; Ömer (Necmettin Çobanoğlu) decide aproveitar a licença para fugir para a Síria porém sendo surpreendido pela forte repressão policial que persegue seus compatriotas curdos.
Uma das cenas mais comoventes que vi no cinema está aqui: Seyit atravessa as montanhas geladas com seu filho e sua esposa, que ele deverá levar para morrer nas mãos do irmão dela. Mas ela vai congelando aos poucos, e Seyit fica em grande conflito. Uma cena cruel e desesperadora.
A história dos bastidores merecia um filme: O cineasta Yilmaz Güney estava preso e passou um roteiro com toda a decupagem para seu assistente, Serif Gören, dirigir. Após terminar as filmagens, Güney recebeu uma autorização para passar uma semana em casa. Fugiu do país, levando consigo todo o material filmado. O editou em Paris junto de seu AD e inscreveu em Cannes. se tornou o 1o filme turco a ter distribuição internacional.
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