sábado, 18 de abril de 2020
Meio irmão
"Meio irmão", de Eliane Coster (2018)
Premiado drama de estréia da roteirista e diretora paulista Eliane Coster, "Meio irmão" é descendente de um cinema naturalista, daqueles que você fica com a impressão de que o elenco trabalhou sem roteiro e tudo é improvisado, sem grandes acontecimentos.
Ambientado na periferia da Zona leste de São Paulo, o filme traz um olhar triste e sem perspectivas de um futuro melhor para os personagens. As ambições são muito poucas ou quase nenhuma, e todos andam a esmo.
Sandra (Natália Molina) é uma adolescente de 16 anos que mora com a sua mãe. Sandra é rebelde e impulsiva, guarda seu rancor de uma vida de merda e explode quando precisa. Quando sua mãe desaparece por dias, Sandra vai atrás do paradeiro dela, mas todos que ela pede ajuda praticamente a ignoram: a polícia, seu pai que abandonou a família, o local de trabalho da mãe. Sandra resolve procurar seu meio irmão, Jorge (Diego Avelino), que é negro e gay enrustido. Os dois não se falam ha muito tempo e a comunicação entre ambos é quase nula. Jorge tem paixão por um de seus amigos, e acaba gravando com seu celular um ataque homofóbico envolvendo o amigo e o amante dele. Jorge fica em um dilema se envia o vídeo, sabendo que vai sofrer ameaças de morte.
Li em uma entrevista que o elenco do filme e formado por estudantes de interpretação da periferia de São Paulo, e isso explica muito a falta de envolvimento melhor com a cena e a câmera. Muitas cenas parecem ser decoradas. Mesmo assim, as questões que o filme pontua, como racismo, abandono do lar, homofobia são muito importantes e acabam diluindo as críticas às performances. O destaque vai para Natália Molina, que tem alguns bons momentos, como a cena em que ela recebe a ligação falando sobre sua mãe.
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