terça-feira, 28 de abril de 2020
A mulher de todos
"A mulher de todos", de Rogério Sganzerla (1969)
Segundo longa dirigido por Rogério Sganzerla, "A mulher de todos" foi lançado em 1969 e protagonizado por Helena Ignez. O filme é segundo o próprio diretor, uma chanchada subversiva e debochada que tem como protagonista Ângela carne e osso (Helena Ignez), uma mulher casada com o Doktor Plirtz ( Jô Soares), um amante dos quadrinhos e que realiza os caprichos de sua esposa, com quem tem um filho pequeno ( o filme é tão iconoclasta que tem uma cena do pequeno fumando cigarro). Mas Ângela não é mulher de um homem só: ninfomaníaca e dona de seu corpo e seus desejos, ela coleciona uma quantidade enorme de amantes de todos os tipos: desde o negro mais rico do Brasil, Vampiro (Antonio Pitanga), até o assistente do seu marido, Armando, passando por malandros e toda sorte de homens machistas e vagabundos, mas que na mão de ângela, viram apenas corpos para saciar o desejo da carne e em seguida, são literalmente jogados fora. Stênio Garcia, Paulo Villaça, J C Cardoso e muitos outros são meros joguetes sexuais.
A cineasta Helena Solberg foi assistente de direção do filme, rodado na capital de São Paulo e no litoral. Curiosamente, o filme tem uma cena que lembra muito o filme de Woody Allen, "Tudo o que você queria saber sobre sexo", que foi lançado em 1972: um enorme seio gigante, objeto de desejo do Doktor Plirtz. Helena Ignez representa uma personagem que é um ícone do feminismo na filmografia brasileira: uma mulher dona de sei, de seu corpo e de seus desejos, e que não se sujeita a nenhum tipo de comando de uma sociedade paternalista e machista. É uma personagem que deve muito à própria personalidade de Helena Ignez, uma artista muito à frente de seu tempo. Mas o grande barato do filme é mesmo a presença de Jô Soares, uma performance magnética, debochada e totalmente satírica.
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