domingo, 26 de abril de 2020
Atrás da estante
"Circus of book", de Rachel Mason (2019)
Curioso documentário sobre a rede de lojas Circus of Books, localizada em Los Angeles. Inaugurada em 1982 pelo jovem casal Karen and Barry Mason para ser uma livraria, logo se tornou um famoso ponto de venda de material pornográfico gay. O sucesso foi tão grande que, além d aloja de West Hollywood, foi aberta outra em Silver Lake. Durante décadas, as lojas foram ponto de encontro da comunidade gay, numa época onde os gays eram descriminados. Muitos transavam nas lojas, e atrás da loja havia um beco da vaselina onde também praticavam sexo. Por décadas, o casal Karen e Barry Mason faturou muito dinheiro com a pornografia gay, inclusive passara a produzir e a distribuir filmes, como as do astro Jeff Stryker, um dos maiores ídolos gays dos anos 80 ( Stryker aparece no filme nos dias de hoje e só pude pensar: "Maldito Tempo que destrói tudo!". Logo depois veio a epidemia de Aids que quase destruiu os negócios da Circus of Books, além a perseguição do Governo Reagan ao comércio de produtos voltados para a comunidade Lgbtqi+. O filme tem maravilhosas imagens de época, com Los Angeles e a cultura gay dos anos 80 e 90. São imagens preciosas. Mas a melhor parte do documentário não tem a ver com a loja e sim com o filho mais jovem do casal, que são pais de 3 filhos ( a do meio, Rachel, é quem dirige o documentário): Josh, o filho menor, se assumiu como gay. Na comunidade judaica, é uma vergonha ter um filho homossexual. O pai, Barry, aceitou na boa. O problema foi a mãe, Karen. A questão que o filme levanta é: como uma mulher judia, que por mais de 30 anos, trabalhou para a comunidade gay, teve funcionários gays, e quando te um filho que se assume gay, ela não aceita? Karen dá o depoimento dizendo que não estava preparada como mãe para aceitar a homossexualidade na época, muito pela questão religiosa e cultural. Hoje em dia, ela e o marido fazem parte de uma Ong de pais que apoiam os filhos Lgbtqi+.
As lojas fecharam em 2019, após o declínio de vendas ocasionadas pelas Internet e pelos aplicativos Grindr e Scruff, que praticamente destruíram o comércio de pornografia gay.
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