quinta-feira, 2 de abril de 2020
Ekaj
"Ekaj", de Cati Gonzalez (2015)
Escrito, dirigido e produzido pela Cineasta independente Cati Gonzalez, ex-fotógrafa de moda de rua nos Estados Unidos, e que resolveu apontar a sua câmera para a sociedade marginalizada. O material de markeitng do filme diz que "Ekaj"é uma mistura de "Kids"e "Perdidos na noite", e não estão enganados: é um filme virulento, cruel, decadente, sórdido, que abrange a vida de garotos de programa viciados em drogas nas ruas de Nova York, misturados ao drama do HIV, falta de moradia e muita violência.
Cati Gonzalez escalou não atores para o seu filme, para dar uma realidade documental, nua e crua. A fotografia lembra os filmes dos anos 60 de Andy Warhol e Paul Morrisey: sujos, sem iluminação, granulados. "Ekaj"foi exibido em uma centena de Festivais de cinema independente, e é um olhar extremamente trágico e melancólico sobre uma geração de jovens LGBTQI+ expulsos de casa e sem ter aonde ficar.
Ekaj é filho de um pai latino e conservador. Ekaj tem 16 anos, e quando seu pai descobre que ele é gay, o expulsa de casa. Ekaj pega um ônibus e vai tentar a sorte em NY. Sem ter aonde morar, ele dorme nas ruas, até conhecer Mecca, um jovem soropositivo e todo tatuado. Mecca é ladrão e se apaixona por Ekaj, a quem resolve adotar e cuidar dele. Mecca arruma clientes para Ekaj, e lembra bastante o personagem de Dustin Hoffman em "Perdidos na noite", uma referência explícita para a diretora Cati Gonzalez.
Ter filmado com não atores e rodado de uma forma que pareça documentário, Cati expõe uma América fora do cartão postal: decadente e desesperadora. Ela conseguiu extrair performances convincentes de seus "atores", um naturalismo brutal e que traz um incômodo arrebatador.
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