domingo, 19 de abril de 2020
Andrei Tarkovsky: uma oração de cinema
"Andrey Tarkovsky. A Cinema Prayer", de Andrey A. Tarkovsky (2018)
Quando li nos créditos desse documentário lançado em 2018, caí duro: como assim Tarkovsky deixou um filme póstumo? Depois vi que o filho de Tarkovsky também tem seu nome. Andrey, o filho, fez um documentário fundamental para quem aprecia a obra do grande cineasta russo, realizador de 8 filmes em vida e que morreu no ano de 1989, de câncer de pulmão, que muitos dizem, contraído durante as filmagens de Stalker" em uma locação repleta de radiação. O filme não é para iniciados em Tarkovsky, e sim, para quem assistiu aos seus filmes. Tarkovsky narra um por um ( os áudios são de entrevistas) onde ele fala do seu processo de direção, como ele conseguiu ser convidado para dirigir seu primeiro filme, seu método de direção com atores. Logo no prólogo, o filme faz uma bela apresentação do pai de Tarkovsky, o poeta Arsenyl, que abandonou a família quando Tarkovsky tinha 3 anos de idade. Mas eventualmente ele visitava a família. Tarkovsky fala da importância de seu pai e de sua mãe para ele decidir se tornar um diretor de cinema. As reflexões do pai sobre a existência humana, sobre espiritualidade, e ao mesmo tempo, a sensação de abandono de sua mãe. Tarkovsky fala do desprezo da crítica com os seus filmes, dizendo que nunca entenderam e dá um exemplo de uma faxineira de cinema que explicou o filme direitinho. Fala do seu exílio da Itália, do boicote de cineastas russos ao seu filme "Nostalgia" em Cannes, que foi rodado na Italia. E por último, fala de "O Sacrifício" seu último filme rodado na Suécia. O filho Andrey evita ficar babando o ovo do pai no filme, e faz com bastante imparcialidade. O filme é dividido em capítulos, o primeiro fala sobre a infância de Tarkovsky, e os outros, sobre cada um de seus filmes.
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