domingo, 12 de abril de 2020
Maré negra
"Fleuve noir", de Erick Zonca (2018)
Adaptação de um livro de Dror Mishani, "Maré negra" é um suspense repleto de temas tabus: pedofilia, incesto, homofobia, racismo, em uma trama repleta da plot twists, defendida com garra por 3 dos maiores astros franceses: Vincent Cassel, Romain Duris e Sandrine Kiberlain.
Sandrine interpreta Solange, uma mãe desesperada com o sumiço de seu filho adolescente. Ela é mãe de uma filha com síndrome de down. O policial François (Cassel) é encarregado de investigar o caso. François no entanto tem problemas pessoais que o tornaram depressivo e alcóolatra: seu filho adolescente se tornou traficante, e está separado da esposa. Durante a investigação, François passa a suspeitar do vizinho de Solange: o professor de literatura Tann (Romain Duris). François descobre também que do lado do condomínio onde moram Solange e Yann existe uma floresta onde acontecem encontros sexuais entre gays, e que provavelmente existe alguma relação com o sumiço do rapaz.
A trama do filme é muito bem desenvolvida e com um mistério crescente. A sub-trama do filho traficante de Fraçois é que parece estar sobrando, só existe para justificar a barra pesada e o paralelo com o filho de Solange. O desfecho é surpreendente na revelação, com um show de interpretação do elenco. Vincent e Romain são dois excelentes atores, mas tem momentos em que eles carregam demais na caricatura de seus personagens. Mas no geral estão bem, graças a um roteiro surpreendente que promove dualidades nas personalidades. Ótima fotografia que ajuda a dar um clima de filme noir.
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