" Un Homme qui crie", de Mahamat Saleh Haroun (2010)
Drama de Chade, país africano, que concorreu em Cannes 2010, e levou o Grande Premio do Juri.
O filme fala sobre o drama de Adam, 55 anos, ex-nadador olímpico , que teve que abandonar a carreira esportista e se dedicar a trabalhar como salva-vidas em um hotel de luxo no país. Ele trabalha com o seu filho Abdel, 20 anos, e juntos, formam uma dupla feliz, adorada pelos hóspedes. O hotel é vendido para um grupo de chineses,e eles demitem parte dos funcionários. Abdel acaba assumindo o posto de seu pai, que vira porteiro do hotel. Magoado com a troca ( Adam diz que a piscina é a sua vida, e se dedicou a vida toda para o trabalho) , fica em conflito com seu filho, a ponto de não se falarem em casa, provocando a ira da mãe-esposa.
O país, ao mesmo tempo, está em guerra civil. Rebeldes querem tomar o Governo. Os governantes exigem que os populares entreguem dinheiro ou algum parente para a guerra. Adam, aproveitando a situação, entrega seu filho. Abdel é levado à força para o combate. A partir daí, Adam entra em conflito moral, e se arrepende de seus atos. Decide buscar o seu filho no front.
O filme, de nacionalidade curiosa, é um libelo contra a intolerância e a guerra civil, que dizima povos na África. Priorizando imagens em relação a palavras, o filme tem cenas longas, sem cortes, fazendo uso de um excelente casting de não atores, esbanjando naturalidade e verossimilhaça na garra de moradores em busca de dignidade e paz. Tecnicamente é correto, com ótima fotografia e trilha sonora envolvente. Uma pequena pérola.
Nota: 8
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