sábado, 25 de dezembro de 2010

O Concerto


" Le Concert", de Radu Mihaileanu (2009)

Delicioso drama francês com toques de comédia, as vezes beirando o pastelão, sobre um ex-maestro do Teatro de Bolshoi que atualmente trabalha como faxineiro no próprio teatro.
Andrei Filipov (Aleksey Guskov) foi maestro até 1980, quando foi denunciado pelo Governo Comunista de Brejnev de ser favorável a causa dos judeus. Acabou sendo rebaixado, e Andrei guarda mágoas. Um dia, ele recebe um fax endereçado ao teatro de Bolshoi, solicitando a presença da orquestra no teatro de Chatelet, em Paris, num prazo de 15 dias. Ele resolve , secretamente, assumir uma orquestra, e voltar a reger. Para isso, ele precisa arregimentar os antigos companheiros de orquestra ( a maioria em decadência), e alguns desafetos. Convida também uma famosa solista de violoncelo, Anne Marie (Melanie Laurent, a Shoshana de " Bastardos inglórios"), que mora na França, e apenas ele sabe do passado que os une.
O filme mistura vários gêneros: drama, comédia, romance. Tem momentos de puro humor, eu mesmo ri várias vezes ao longo da projeção. E risos escancarados, pois o que o filme tem de bom, é não temer cair na gaiatice. Algumas cenas beiram o pastelão ( como o ataque dos mafiosos russos numa festa de casamento), mas nem mesmo isso tira o brilho do filme.
Lá pela metade de " O concerto", o filme tende a virar um melodrama, através dos flashbacks que envolve os pais de Anne Marie. Mas os atores estão todos tão bem, que dão a volta por cima de qualquer diaáogo que beira a pieguice.
Os personagens em sua maioria são caricatos, principalmente os músicos, que envolve inclusive um velho judeu, hilário; um cigano, divertidíssimo e um velho comunista.
A trilha sonora, composta de peças de Tchaykovski, é linda.
O filme perde o ritmo em alguns momentos, algumas cenas são excessivas, mas no geral, é um belo filme que merece ser visto, tanto pelo seu caráter edificante da trama, quanto pela curiosidade de se ver uma Rússia moderna, mas com ares da época do comunismo.
Ótimo também para rever a atriz francesa Miou Miou, ícone dos anos 70 e 80, e que andava sumida das telas.
A sequência final , no teatro, é linda, e comove qualquer espectador mais carrancudo. Ficamos com a impressão de ter visto uma bela fábula musical.

Nota: 8

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