quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Águas Turvas


" DeUsynlige", de Erik Poppe (2008)

Drama norueguês poderoso, que passou no festival do Rio em 2009, e infelizmente não encontrou espaço no circuito comercial.

Narra história de Jan Thomas, presidiário que em seu pultimo dia de pena, é espancado por seus colegas de prisão, que não o perdoaram por ter matado uma criança. Jan sempre negou a autoria do crime. Liberto, ele vai procurar emprego numa cidade pequena. Músico, avaba sendo contratado pelo padre da igreja como organista. É lá , tocando o instrumento, que jan procura exorciar seu passado, que deixou marcas em sua vida. Acaba se relacionando com a pastora e se afeiçoa pelo filho pequeno dela. Um dia, uma professora leva seus alunos para a igreja, e uma das alunas se assusta ao ver Jan, reconhecendo nele o assassino de seu filho. Começa aí os conflitos entre esses 2 personagens.

O filme é excelente, com um ótimo roteiro e poderosas atuações de todo o elenco. O roteiro é um caso a parte: ele se utiliza de um recurso já usado em outros filmes: O de dois pontos de vista
No caso, o de Jan e o da mãe da criança assassinada. E esse recurso só descobrimos na metade do filme, quando o filme passa a focar na história da mãe, tendo Jan como coadjuvante. A virada da história é sensacional. O filme tem uma bela revelação no desfecho, e fica claro que a história discute moralmente o perdão, esse ato tão difícil de ser alcançado. Um filme imperdível para quem gosta de dramas bem narrados e sofridos, inteligentes, humanos. É bem melancólico, e com as tintas dos filmes do leste Europeu.

Nota: 10

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