quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Sangue azul

"Sangue azul", de Lírio Ferreira (2014) Vencedor de prêmios no Festival do Rio ( Filme, diretor e ator coadjuvante), mais fotografia em Paulínia e no Grande prêmio para Mauro Pinheiro Jr, "Sangue azul" é um belíssimo filme totalmente rodado em Fernando de Noronha. As cores do circo, a luz do sol, a noite, os neons da balada, tudo parece mágico. Pedro ( Daniel de Oliveira) é funcionário de um circo, que aporta em Fernando de Noronha. Ele é o Homem bala. Pedro nasceu ali, mas sua mãe fez com que ele fosse embora do local, por um mistério que só saberemos ao longo do filme. Mulherengo e bicho solto, Pedro tenta encontrar uma forma de se reinserir na região e às pessoas de sua família: sua mãe ( Sandra Corveloni) e sua irmã (Carol Abras). Com um elenco repleto de grandes nomes ( Matheus Nachtergaele, Millen Cortaz, Laura Ramos, Paulo Cesar Pereio, Ruy Guerra), "Sangue azul" tem momentos muito bons de dramaturgia, mas a sua longa duração e o excesso de personagens que acabam não se desenvolvendo melhor acaba tirando o foco principal do filme, que é o conflito de Pedro com o seu passado. Muitas cenas de apresentação circense ( as cenas são muito bem filmadas) também, ajudam a dispersar a narrativa. Mas a qualidade técnica do filme é tão intensa, que no final me senti absorvido. O que talvez tenha prejudicado a minha melhor observação quanto ao filme, foi o fato de eu ter assistido a "Órfãos do Eldorado"antes. Em Órfaos", Daniel de Oliveira tem uma trajetória muito semelhante. Ele retorna ao seu logar de origem e tenta resolver fantasmas do passado, que envolvem um relacionamento conflituoso com a sua irmã. No meio de "Sangue azul", pensei: "O conflito é o mesmo do outro filme". No elenco, destaque total para Millen Cortaz e Romulo Braga por uma corajosa e visceral cena no desfecho.

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