domingo, 22 de janeiro de 2017

Irrepreensivel

"Irreprochablel", de Sébastien Marnier (2016) Imaginem um filme que mistura "Atração fatal" e "O corte", de Costa Gravas. Para quem não se lembra, "O corte" mostrava um homem desempregado que assassinava os seus concorrentes em busca de empregos. Em seu filme de estréia, o cineasta e diretor Sébastien Marnier cria um filme de absoluto suspense psicológico, graças å performance espetacular de Marina Fois, no papel da protagonista Constance. Ela é uma corretora de imóveis, que foi mandada embora do seu trabalho em Paris. Sem emprego e sem condições de bancar um apartamento, ela se vê obrigada a retornar a sua cidade natal, que fia no interior. No entanto, Constance não perde a pose: ela vai atrás de seu antigo patrão, dono da imobiliária local. Ele a despreza, pois não a perdoa por ela ter saído do emprego para ir para Paris. O ex-namorado de Constance, Philipe, que trabalha na corretora, tenta ajudá-la a conseguir um trabalho ali, mas o patrão acaba selecionando uma mulher mais jovem e mais bonita pro emprego. Sentindo-se humilhada, Constance se faz passar por cliente e segue os passos da jovem. Com uma ótima trilha sonora, que tem toques de Bernard Hermann aliado ao melhor dos sintetizadores dos anos 80, "Irrepreensivel" é uma bela homenagem as psicopatas do cinema. O roteiro, inteligente, vai surgindo cada vez mais com informações que enganam o espectador, e isso até o desfecho. Com fortes cenas de sexo e nudez, Sébastien Marnier tem domínio de cena e cria muito bem elementos que homenageiam o gênero do suspense. Uma forte critica ao sistema capitalista, que cada vez mais vai em busca de jovens menos experientes ganhando salários irrisórios, em prol da experiência profissional.

2 comentários: