domingo, 29 de janeiro de 2017

Os gatos não tem vertigem

"Os gatos não tem vertigem", de António-Pedro Vasconcelos (2014) Vencedor de 11 prêmios em 2015 no Grande prêmio da academia portuguesa, incluindo melhor filme, o filme foi um grande sucesso comercial. No entanto, a critica destruiu o filme. O conflito filme de autor X filme comercial acontece em qualquer lugar do mundo, não é um previlégio do Brasil. "Os gatos não tem vertigem" foi acusado de ser melodramático, de linguagem televisiva, de apelo comercial. Misturando os gêneros drama e fantasia, o filme narra o drama de Rosa (Maria do Céu Guerra, uma grande atriz portuguesa) , que ficou viúva recentemente. Morando sozinha, ela constantemente vê o fantasma do marido lhe consolando. Paralelo, o seu genro quer tirar o apartamento dela para poder vender e jogá-la em um asilo. Temos também a historia de Jó, um jovem marginal que vive nas ruas fazendo pequenos roubos com uns amigos, ate que um dia, o seu caminho se cruza com o de Rosa. Impossível não se lembrar de " Ensina-me a viver", obra-prima de Hal Ashby, e do recente filme "Amnésia", que fala da relação entre um jovem grego e uma idosa viuva que conviveu em campo de concentracao. O cineasta Antonio-Pedro Vasconcelos faz muito sucesso no cinema comercial de Portugal, e inclusive seu filme mais recente, "Amor impossível", ganhou 9 prêmios no mesmo Festival. O filme aqui e longo demais, mais de 2 horas, e o roteiro bastante óbvio e previsível. Todos os personagens são construídos em cima de rótulos ja vistos inúmeras vezes. O que faz com que o filme valha a pena ser assistido, e o belo trabalho da atriz Maria do Céu Guerra, bastante digno, e do jovem ator Joao Jesus, que lembra um Daniel de Oliveira mais jovem. O filme quer abraçar vários temas: descaso com os idosos, crise económica, falta de perspectiva da geração mais jovem, violência e delinquência juvenil, especulação imobiliária, aumento dos sem teto, violência doméstica. Muito assunto para um único filme.

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