domingo, 29 de janeiro de 2017

Irmã

"Little sister", de Zach Clark (2016) No Brasil, o título "Irmã" tem duplo sentido. O cineasta e roteirista Zach Clark faz um belo drama sobre mudanças e a possibilidade que todos nós temos de um dia reverter o quadro de passividade que nos atormenta. ambientado `as vésperas da eleição de Barack Obama em 2008, o filme nos apresenta uma coleção gigante de losers americanos. Entre eles, uma família liderada por uma mãe depressiva e suicida, um pai que não se encontrou na vida, uma filha gótica que se tornou freira, um filho que voltou da guerra do Iraque com o rosto desfigurado. Coleen, a freira, estuda teologia em Nova York e recebe um email de sua mãe ( Ally Sheed) pedindo para passar uns dias na casa da família para rever o irmão., Esse retorno será uma grande transformação na vida de todos. O filme lembra uma retomada do clássico "O clube dos cinco" 30 anos depois. Todos aqueles personagens parecem distribuídos entre os que vemos aqui em "Irmã", principalmente Ally Sheed, uma atriz cult de toda uma geração de adolescentes e que agora, sob o peso da idade, parece o rosto da mudança imperdoável que o tempo nos proporciona. Ally Sheed esta ótima como a mãe depressiva, além de todo o elenco de desconhecidos. Eu adoro os filmes independentes americanos justamente porque apostam em novos talentos. O filme, que erroneamente foi vendido no circuito como comédia, é um drama com toques agridoce sobre pessoas em transformação, botando fé na eleição do primeiro presidente negro da história, uma esperança de novos tempos. O cineasta Zach Clark fez um filme bonito, muito melancólico, e que trabalha bem o universo dos góticos, repertório da jovem Colleen, que entrou na congregação de freiras justamente para poder encontrar o seu caminho. Assim como todos no filme. Uma boa pedida.

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