domingo, 8 de janeiro de 2017

Kate plays Christine

"Kate plays Christine", de Robert Greene (2016) Vencedor de melhor roteiro de documentário em Sundance 2016, além de outros prêmios em Festivais mundo afora, "Kate plays Christine" é um filme obrigatório a todos os Atores que estudam o Método e fazem estudo de composição de personagem. O filme é uma mescla de documentário e de reconstituição ficcional de fatos reais da vida de Christine Chubbuck, uma apresentadora de televisão de um Canal de tv na Flórida que se suicidou ao vivo em 1974 em frente às câmeras. O Diretor faz uma audição e escolhe a atriz Kate Lyn Sheil para o papel de Christine. Como não existe material de vídeo de Christine, Kate entrevista pessoas que conviveram com Christine na época para tentar montar um perfil da "personagem"que ela irá interpretar, pois ela quer ser a mais realista possível. Ela faz pesquisas e tem uma triste constatação: a memória se apaga com o tempo. Muitas pessoas nunca ouviram falar de Christine, e quem convivei com ela se lembra muito pouco. O vídeo com o suicídio de Chrstine não existe, e reza a lenda que está em um cofre de uma emissora de televisão.Um personagem diz a seguinte frase: Nós morremos duas vezes. A primeira, a morte física. A segunda, quando o sue nome é citado pela última vez". Os atores que interpretam personagens no filme fazem relato sobre a vida artística e pessoal. Tem um ator que diz que entende o suicídio de Chrtsine, pois ele como artista precisa lidar diariamente com muitas rejeições nos testes que faz, e isso tudo o leva à depressão. Christine não tinha amigos, nunca namorou e morreu virgem. Na época, segundo um dos entrevistados, nos anos 70, a palavra "depressão" era pouco usada em termos médicos, e se falava em "ataque de nervos". Ninguém dava atenção ao que ela estava passando, e assim Christine foi aos poucos planejando a sua morte. Foi em uma loja de armas comprar um revólver ( o filme faz uma crítica à facilidade de compra de armas), visitou o corpo de bombeiros e pesquisou como as pessoas se suicidavam com armas. O mais contundente no filme, é o processo de composição que a atriz Kate faz em relação à Chrstine. De início muito frustrada e incomodada por não encontrar a "persona" da biografada, aos poucos ela vai se inteirando. ela se veste, coloca peruca, lentes de contato. Sai para as ruas, se fecha pro mundo, e vai buscando quem é essa pessoa. No final, é assustador o quanto que Kate se desfez de si mesma e passa a ser Chrtsine. Atores que não acreditam em método vão odiar esse filme e achar tudo uma loucura da cabeça da atriz Kate Lyn. Acho um filme incrível para ser visto e discutido pela classe, e entender os limites do Ator para compor um personagem. Recomendadíssimo.

Um comentário:

  1. Achei meio absurdo retomarem ao tema do suicídio dessa moça. Mas claro que tem tudo pra chamar a atenção das pessoas para que queiram assisto-lo. Sendo assim o assistirei por curiosidade da historia da mulher e das críticas que você citou.
    Gosto das suas críticas, sem enrolação mas mesmo assim conseguimos entender sobre o filme. Inclusive sobre alguns filmes GLs que não ouço tantos comentários assim. Parabéns

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