sábado, 7 de janeiro de 2017

Estrelas além do tempo

'Hidden figures", de Theodore Melfi (2016) Baseado em uma incrível história real, "Estrelas além do tempo" reúne um elenco fabuloso às voltas com segregação racial e corrida espacial nos anos 60. O filme vai dos anos 20 a 60, e acompanhamos a história de mulheres negras gênias na matemática, que por questão da forte segregação racial nos Eatados Unidos, trabalhavam em uma sala isolada e longe dos outros funcionários da Nasa. Katherine ( Taraji P. Henson, da nova versão de "Karate kid"), Dorothy ( Octavia Spencer, de "Histórias cruzadas") e Mary (Janelle Monáe) são amigas negras, independentes e que almejam subir na vida. Mas o ambiente masculino e segregador aonde trabalham, na Nasa de 1960, as impede de querer almejar um sucesso maior. Mas aos poucos, todos vão percebendo o quanto essas mulheres têm a oferecer e a ajudar o Governo a segui adiante na corrida espacial, fazendo uma grande alusão à Guerra fria contra a Rússia. O filme tem uma estrutura narrativa toda calcada em cima do melodrama: uma das mulheres é viuva e precisa cuidar do trabalho e de suas 3 filhas; a outra é casada com um negro simpatizante do movimento dos Panteras negras, e a terceira é também viúva que sonha em se promover como supervisora, mas a sua chefa, Vivian (Kirsten Dunst), impede de qualquer jeito. Mesmo sabendo que o filme é baseado em história real, fiquei pensando o quanto que os roteiristas ficcionalizaram na histórias dessas mulheres, pois muita coisa aconteceu meio que por sorte e pela intromissão do Coronel Al Harrison (Kevin Costner), que com o seu bom coração, foi abrindo aos poucos um espaço para que essas mulheres exercessem seus papéis independente de cor e de sexo. O filme é emocionante e a gente torce o tempo todo pelas heroínas. O que me incomoda como dramaturgia é que nos filmes americanos de segregação racial, todo mundo é vilão. A trilha sonora e a produção são do cantor pop americano Pharrel Willians. É um filme que acaba sendo óbvio, mas bem dirigido e com belas imagens. Tecnicamente, é primoroso: fotografia, edição, direção de arte e maquiagem. Ah, e 20 minutos a menos teria sido mais interessante. Quem amou "Histórias cruzadas", vai adorar esse filme.

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