domingo, 29 de janeiro de 2017

Lion: uma jornada para casa

"Lion", de Garth Davis (2016) Indicado a 6 Oscars em 2017, incluindo Filme, Ator coadjuvante (Dev Patel), Atriz coadjuvante (Nicole Kidman), Fotografia (Graig Fraser, de "Rogue one"), Trilha sonora e roteiro adaptado, "Lion" é a adaptação de uma obra não ficcional escrito por Saroo Brierley, protagonista dessa historia baseada em sua história real. Em 1986, na India, Saroo é um menino de 5 anos que acompanha seu irmão mais velho Guddu nas ruas para poder arranjar formas de trazer alimento para casa. Um dia, Guddu deixa seu irmão dormindo em uma estação de trem, e acaba não retornando. Ao ir em sua busca, Saroo entra em um trem e acaba sendo levado até Calcutá. Chegando lá, ele procura ajuda, mas por falar um dialeto, ninguém o entende, Após sofrer tentativa de abuso sexual, Saroo acaba indo atee um orfanato. Lá, ele é adotado por um casal australiano, Sue (Nicole Kidman) e John. Após 25 anos vivendo com o casal, e frustradas tentativas de encontrar uma pista de onde mora sua mãe biológica, ele acaba aleatoriamente encontrando no Google Earth o lugar que tanto buscava. Filmes de reencontro após uma brusca ruptura sempre me emocionaram, pois possuem um elemento emocional que me faz ficar bastante tocado. No entanto, aqui, no já esperado final que todos conhecem, não senti meu coração bater mais forte nem a pele arrepiar. O que quero dizer é que por exemplo, Steven Spielberg manipulou bravamente as lágrimas da platéia em 2 filmes clássicos dele: "A cor purpura" e " O império do sol". Faltou ao Diretor Garth Davis coragem para admitir que o seu filme é um baita de um melodrama , e apelar aos sentidos. O filme ficou bastante burocrático, duro, seco. O que realmente cativa o espectador, não é nem o talento de Nicole e de Patel, mas sim, o carisma do pequeno Sunny Pawar, de apenas 8 anos, esse sim merecedor de alguma indicação ao prêmio do Oscar. Ele dá de 10 em Patel! Lendo informações dos bastidores. achei mais curioso e interessante do que o filme em si. Os produtores não queriam em principio Dev Patel pro papel, pois achavam que ele seria muito óbvio. Apos finalmente conquistar o papel, Patel levou 8 meses em preparação, incluindo uma malhação pesada em academia, para ficar com o corpo forte do Saroo original. Saroo na verdade era a forma errada como o próprio o pronunciava, o nome certo e SHERU, que signifca "Leão". O Diretor Garth Davis diz que se baseou no filme "Wall.e" para a primeira parte de seu filme, quando Saroo fica quase mudo e apenas observando o ambiente que o rodeava. Interessante essa analogia. Garth é australiano e esse é seu filme de estréia, ele dirige muito comercial tendo ganho muitos prêmios. No final, o filme parece querer dizer que o mundo mudou bastante por conta da tecnologia e principalmente do Google earth. A google inclusive colaborou bastante com o filme, fornecendo as imagens e a tecnologia necessárias para filmarem as cenas de busca de 2008 a 2012.

Um comentário:

  1. A câmera de Davis faz bom uso do trabalho do roteirista ao funcionar como um olhar verdadeiro sobre as mazelas das milhares de crianças que todos os anos se separam dos pais por lá. É interessante ver um filme que está baseado em fatos reais, acho que os melhores filmes baseadas em fatos reais são as melhores historias, porque não necessita da ficção para fazer uma boa produção. Também gostei muito de Dunkirk, não conhecia a história e realmente gostei. Parece surpreendente que esta história tenha sido real, considero que outro fator que fez deste um grande filme foi a atuação do ator Tom Hardy, seu talento é impressionante.

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