sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
Piercing
"Piercing", de Nicolas Pesce (2018)
Exibido no Festival de Sundance "Piercing" é uma adaptação de um livro do japonês Ryû Murakami , mesmo autor de "Audição", clássico do terror psicológico adaptado por Takashi Miike em 1994. O diretor Nicolas Pesce realiza seu segundo filme, após o sucesso em Festivais do cult de terror "Os olhos de minha mãe",
"Piercing" e "Audição" têm muito em comum, ainda mais nos dias de #Metoo. São filme sonde as protagonistas femininas dão uma reviravolta na trama contra o machismo e se tornam donas da situação. O curioso é que ambas as adaptações foram dirigidas por homens.
Em "Piercing", um homem, Reed (Christopher Abbott) começa o filme querendo matar sua bebê recém-nascida com um picador de gelo. Sua mulher o interrompe, sem entender o que está acontecendo, e ele se irrita. Reed resolve armar um plano: inventa uma viagem de trabalho, para se hospedar em um hotel e assassinar friamente uma prostituta. Ao chegar no quarto de hotel, ele liga para o serviço de escort girl e logo aparece em sua porta Jackie (Mia Wasikowska). O que ele não poderia imaginar, era que Jackie não é a mocinha ingênua que ele esperava.
Para quem assistiu "Audition", sabe o banho de sangue aflitivo que o autor Ryû Murakami adora mostrar em seus textos. é violência gore, mas em um tom mais para humor negro do que para o terror. O filme é uma produção independente, com poucos atores em cena, quase uma peça teatral de gato e rato. O diretor Nicholas Pesce é bom em estilização, e o seu filme se passa nos anos 70, repleto de clássicos pop. Mas a mistura nem sempre fica boa. Difícil pensar em um público alvo: não é terror, não é comédia, não é romance. É uma história bizarra e surreal sobre 2 almas perdidas que não têm nada a perder, apenas sangue e vísceras. Os atores se entregam a esse jogo muito doido. Pena que o resultado não ficou muito convidativo.
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