domingo, 17 de fevereiro de 2019
Os garotos selvagens
"Les garçons sauvages", de Bertrand Mandico (2018)
Esses Críticos europeus adoram uma polêmica: considerar "Os garotos selvagens", estréia em longa do Curta-metragista Bertrand Mandico como o melhor filme francês do ano, pela renomada revista Cahiers du Cinema, é realmente querer botar fogo na lenha. Fora isso, o filme ainda levou o grande prêmio da semana da crítica no Festival de Veneza 2018.
"Os garotos selvagens" é filme para cinéfilos, e mesmo assim, cinéfilos que estejam de mente aberta para assistir no mesmo liquidificador, 'Laranja mecânica", de Stanley Kubrick, "O porteiro da noite", de Liliana Cavani, "Querelle", de Fassbinder e "Pink Narcissus", de James Bidgood. Não é qualquer um que consegue ver cenas onde os protagonistas bebem leite de frutos exóticos em forma de pênis, um outro transa com uma planta nativa em forma de corpo de mulher.
O que realmente interessa nessa fantasia experimental e erótica de Bertrand Mandico, e a discussão metafórica acerca do gênero. Meninos que viram meninas, como forma de punição por seus atos selvagens.
No início do Século XX, 5 rapazes, filhos de famílias ricas, estupram e matam a professora de literatura. Como punição, seus pais chama O capitão e pede que puna os rapazes, levando-os para uma estranha ilha. Nessa Ilha, eles irão descobrir que a punição vem através de estranhos elementos eu farão os rapazes se transformar em meninas.
Tem uma cena bem trash onde os pênis caem dos corpos e se transformam em vaginas. Escondido através de um potencial exotismo e elemento Kitsch, típico do cinema europeu, muitas situações beiram o mau gosto, mas como a gente nunca entende a cabeça dos críticos, a maioria achou maravilhoso. não sei se gostei, admito que é um filme curioso e bastante criativo, mas ao mesmo tempo, os seus excessos estilísticos e de linguagem, misturando preto e branco e cores, croma, projeção e outras narrativas bem anos 80, de onde o filme tira referências, inclusive na trilha sonora repleta de sintetizadores.
De positivo mesmo, é o visceral trabalho das 5 atrizes, que se entregam de corpo e alma para um projeto bem peculiar, que com certeza, muitas atrizes por aqui teriam recusado trabalhar
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