quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
Os vivos serão devorados
“Mangiati vivi!”, de Umberto Lenzi (1980)
O cinema italiano do final dos anos 70 e até meados dos anos 80 foi recheado de filmes que exploravam o gênero “exploitation”, muito por conta do sucesso de “Mondo cane”, famoso documentário de 1962 que mostra atrocidades reais cometidas por homens do mundo todo, sejam eles civilizados ou primitivos. “Mondo cane” fez muito sucesso, provando que o trinômio Sexo, morte de animais e violência extrema eram sinônimos de bilheteria. Logo, filmes que tinham tribos de canibais se tornaram um grande filão, tendo como expoente máximo a obra-prima de Ruggero Deodato, “Canibal Holocausto”, homenageado por Eli Roth no seu filme “Inferno verde”.
Uma mulher, Sophie, é chamada pela polícia em Nova York; foi encontrado no bolso de um asiático, que morreu atropelado após matar 3 pessoas, um filme em super 8 que mostra a sua irmã Diana, que está desaparecida. Nas cenas, vemos Diana participando de um ritual primitivo na Nova Guiné. Sophie viaja até lá, e contrata o desertor ex-combatente do Vietnã Mark, um tipo meio Indiana Jones. Eles entram na densa floresta e além de encontrar uma tribo de canibais, descobrem uma vila onde está a seita de Jonas, um guru perigoso que trouxe americanos e nativos para o local, entre eles, Diana.
O filme é repleto de cenas onde animais são mortos ou devorados por outros animais, são cenas realmente chocantes e dão um tom bastante cruel para o filme. A cena final, com duas personagens sendo devoradas pelos canibais, também é um festival de sadismo. Seios, pernas, braços são devorados de forma explícita. Além disso, o filme tem vários cenas de abuso sexual e estupro, e pobres mulheres, elas estão ali apenas para terem seu corpo explorado de todas as formas possíveis e seviciadas. Mas esse era o filão desses filmes exploitation, que mesmo datados, divertem pela forma tosca e grosseira como apresentavam as cenas de sexo e viol6encia: sangue falso, homens feios em closes, tudo é muito apavorante.
Obviamente que o filme não pode ser apreciado por qualquer espectador. Mesmo exageradas, as cenas provocam um desconforto muito grande. É o ser humano insultado da forma mais vil possível.
O Cineasta Umberto Lenzi merecia um documentário sobre a sua filmografia: além de filmes de canibais, ele filmou uma paródia de "Um corpo que cai", chamado "Paranóia", e outro do James Bond, além de outras pérolas.
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