segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
Chá com Mussolini
"Tea with Mussolini", de Franco Zefirelli (1999)
Existem alguns filmes que os críticos torcem o nariz, mas o grande público adora. "Em algum lugar do passado" e "Chá com Mussolini" são dois exemplos de filmes que ao passar dos anos, continuam sendo favoritos da platéia. Talvez pelo elenco, talvez pelo roteiro que investe no melodrama. Mas o fato é que "Chá com Mussolini"reúne um time de grandes estrelas que raramente se vê num filme, e só por elas, já valeria a pena assistir ao filme. Judi Dench, Maggie Smith, Joan Plowright, Lily Tomlin e Cher, todas elas muito a vontade no filme, em personagens que exalam aquele sarcasmo inglês e no caso de Cher e Lily Tomlin, aquele humor americano deliciosamente arrogante. Fora isso, existe a direção de Franco Zefirelli, que é um ás em dirigir atrizes e também um apaixonado pelas artes. Tem Florença, maravilhosamente registrada pelas lentes de David Watkin, vencedor do Oscar por "Entre dois amores",
O roteiro de "Chá com Mussolini" foi escrito pelo próprio Zefirelli e segundo ele, uma autobiografia de quando ele era criança e adolescente na Itália dos anos 30 e 40. O filme começa nos anos 30 e mostra a Itália como amiga da Inglaterra. Mas o fascismo está crescendo na Europa. Um grupo de senhoras inglesas, conhecidas como Scorpiani e que decidiram morar na Itália, se encontram todas as tardes para tomar chá e botar o papo em dia. entre eles, estão Mary (Plowright), secretária de um empresário italiano, seduzido pelo fascismo e que tem um filho que ele chama de bastardo, Luca ( alter ego de Zefirelli). Luca acaba sendo criado pelas senhoras: além de Mary, estão Lady Hesser (Maggie Smith), uma rancorosa viúva de um diplomata britânico. Arabella (Judi Dench), uma artista plástica que faz com que Luca se apaixone pelas Artes. Georgie (Lily Tomlin), uma arqueóloga americana lésbica e sua amiga cantora milionária e judia americana Elsa (Cher), por quem Luca, mais tarde, se apaixona. Os anos se passam, e vem a Guerra. Lady Hesser acredita que Mussolini está fazendo de tudo para agradar aos britânicos e não consegue enxergar quem ele realmente é. As amigas tentam sobreviver à guerra e ao mesmo tempo, tentam salvar as obras de arte. Confinadas ao exílio, consideradas inimigas do povo italiano, as scorpiani precisam lutar pela vida, além de Elsa, judia, que precisa fugir do País.
O filme é todo perfeito tecnicamente: figurino, maquiagem, fotografia, trilha sonora. É o tipo de drama que junta toda aa família e fiam todos torcendo pelas senhoras. Zefirelli sabe comandar um espetáculo, sempre tentando seduzir o espectador com a beleza das locações ou do figurino de suas estrelas. Não é um filme perfeito, é longo, mas certamente, quem gosta de uma bela novela, irá se apaixonar pelas Scorpiani.
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