quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Ana e Vitória

"Ana e Vitória", de Matheus Souza (2018) O que mais me espanta nesse musical romântico, é a longa duração!! Quase 2 horas, voltado para um público adolescente e "Millenium", acostumado a vídeos curtos de youtube. O filme é uma cinebiografia livremente inspirada na formação da dupla de cantoras de Tocantis Ana e Vitória, nome artístico Anavitória", que bombou justamente com o público jovem de Youtube e afins. No filme, ambas se reencontram no Rio de Janeiro durante uma festa regada a música e muita pegação sem compromisso. Nesse universo jovem de Matheus Souza, todo mundo vive conectado, mal se falam ao vivo, se correspondendo através de Face, Instagram, Stories , Snapchat, etc. O filme busca essa linguagem de mensagens e videozinhos que surgem na tela. Apostando mais nas histórias de amor do que no sucesso em si das meninas, vemos muitos e muitos relacionamentos da dupla, com meninos, meninas, deixando claro a bissexualidade e até uma mensagem muito boa de que a garotada não curte caretices. A fotografia, de Flora Dias, e a Direção de arte de Fernanda Teixeira, aliada ao repertório adocicado da dupla, tornam o ato de assistir ao filme uma experiência daquelas que a gente fica o tempo todo falando: "que filme fofo!". Mas além da longa duração, o que mais peca no filme? O nítido desconforto da dupla com os diálogos decorados. Quando elas abrem a boca para cantar, é uma maravilha. Mas quando estão em personagens, é gritante a diferença entre elas e qualquer ator que contracena com Ana e Vitória. Fosse um filme de Robert Bresson, até faria sentido esse papel de "Modelo", pois Bresson odiava atores. Mas aqui, ficou mesmo a impressão de que o filme seria muito mais cativante se tivessem investido mais na performance dramática delas.

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