segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O Homem que matou Don Quixote

"The man who killed Don Quixote", de Terry Gillian (2018) Desde que assisti ao excelente documentário "Perdido em la Mancha", de 2000, um documentário que retratava o dia a dia da preparação do longa de Terry Gillian, que acabou não acontecendo por vários motivos, fiquei louco para assistir a esse filme. A espera durou 19 anos. Terry Gillian levou 25 anos para levar esse filme às telas, que acabou acontecendo no Festival de Cannes em 2018. O filme é considerado o filme mais problemático da História do Cinema. Gillian por 4 vezes tentou levar o filme às telas. Na cartela final, ele posta um IN MEMORIAN para Jean Rochefort e John Hurt, 2 atores cotados para viverem Don Quixote. O papel coube a Jonathan Pryce, de longe, a melhor coisa do filme. Com uma insana duração de quase 140 intermináveis minutos, distribuídos por um roteiro caótico escrito pelo próprio Gillian com Tony Grisoni, o filme tem como protagonista Toby ( Adam Driver), um mimado Diretor de comerciais que se encontra na Espanha para filmar um comercial financiado por um magnata russo, vivido por Stellan Skargard. Toby dá em cima da amante do magnata, vivida por Olga Kurylenko, e acaba fugindo, indo parar em um vilarejo onde há anos atrás, Toby filmou um filme amador com uma equipe da universidade. Lá, ele escalou moradores para viverem Don Quixote, sancho Pança, Dulcinéia e outros personagens da obra de Miguel de Cervantes. Para sua surpresa, o sapateiro humilde que ele escalou para viver Don Quixote realmente acredita ser o aventureiro, e quando vê Toby, acredita que ele é Sancho Pança. Toby, para fugir da polícia, embarca nessa fantasia de"Don Quixote". Nossa, há tempos eu não ficava tão desinteressado em um filme, e mais, rezando para o filme acabar logo. Tecnicamente, o filme é todo ótimo: fotografia, figurino, direção de arte. Mas o roteiro é muito confuso, chato. Essa mistura da realidade e ficção, Gillian já havia usado melhor em 'O pescador de ilusões". Confesso que gosto de alguns filmes de Gillian, como "Os 12 macacos", "Brazil, o filme", a sua co-direção em 'O sentida da vida", e mais ou menos "O pescador de ilusões" e "Medo e delírio". Mas acho muito chato "Dr Parnassus", "Teorema zero". Gillian é o tipo de Cineasta que dá mais valor às imagens às suas próprias loucuras descritas na tela, do que em um roteiro que o aproxime da platéia. Li que teve muito gente que adorou esse filme, outros odiaram. Não chego a odiar, mas para mim se tornou uma grande frustração. Prefiro mil vezes "Perdido em La Mancha".

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